ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DE LESÕES AUTOPROVOCADAS EM ADOLESCENTES NO AMAZONAS NO PERÍODO DE 2017 A 2022
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia73358Resumo
Este estudo analisa a distribuição espaço-temporal de lesões autoprovocadas em adolescentes de 10 a 19 anos no estado do Amazonas no período de 2017 a 2022 utilizando dados secundários das fichas de notificação compulsória do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Na análise de associação entre variáveis, utilizou-se o modelo de regressão binomial negativa com efeito aleatório municipal, considerando a contagem de casos notificados como variável observada. Adicionalmente, para avaliar a evolução temporal e espacial das taxas de lesões autoprovocadas, foram elaborados mapas temáticos e para identificar padrões de dependência espacial entre os municípios foram utilizados os índices de Moran Global e Local. Foram identificados 1242 registros de notificações durante o estudo, evidenciando o sexo masculino como fator de proteção em comparação ao feminino, enquanto a raça/cor parda revelou-se um fator de risco em relação às demais, exceto para a raça/cor indígena, que não apresentou diferença significativa (nível de significância de 5%). Houve aumento nas taxas de lesões autoprovocadas de 2017 a 2022, com picos em 2019 e 2022, destacando-se na região do Alto Solimões, mantendo altas taxas. Outras áreas de destaque incluem o Triângulo, Rio Madeira, Juruá, especialmente Humaitá, com uma taxa de 34,38 em 2019.
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