ANÁLISE ESPACIAL DO FLUXO DAS INTERNAÇÕES DE SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE POR COVID-19 NA BAHIA, BRASIL, 2020-2021

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/Hygeia2173129

Palavras-chave:

Coronavírus, Análise espacial, Regionalização da saúde, Hospitalização, Deslocamento de pacientes

Resumo

Com objetivo de compreender a organização dos serviços, este estudo analisou os fluxos de internações por COVID-19 entre municípios do estado da Bahia, Brasil, nos anos de 2020 e 2021. Foram selecionadas todas as internações por COVID-19 notificadas de residentes na Bahia. Para a definição do fluxo residência-internação considerou-se: grau de entrada, grau de saída, fluxo de entrada, fluxo de saída e o tamanho médio da aresta de saída. As análises foram realizadas por meio dos indicadores: percentual de internações de COVID-19 realizados fora do município de residência e tamanho médio da aresta de saída. A comparação dos dados de 2020 e 2021 indicaram que houve aumento de internações realizados fora do município de residência, concentração de internações nos municípios sede da macrorregião de saúde, um aumento da distância entre o município de residência e o de ocorrência da internação em quatro macrorregiões, bem como déficit de leitos de UTI em quatro macrorregiões de saúde. Este estudo mostra que a regionalização do sistema de saúde mostrou-se inadequada na organização do atendimento no território e que as longas distâncias percorridas ainda são preocupantes, e faz-se necessário desenvolver uma rede regionalizada capaz de atender às demandas de emergências em saúde pública.

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Biografia do Autor

  • Wagner de Souza Tassinari, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

    Estatístico formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com mestrado em Saúde Coletiva, na área de concentração de Epidemiologia/Bioestatística no IMS/UERJ e doutorado em Saúde Pública na ENSP/FIOCRUZ. Atualmente professor associado da área de Estatística no Departamento de Matemática da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, atuando como professor permanente na Especialização de Estatística Aplicada na UFRRJ, e professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (IV/UFRRJ) e do Programa em Epidemiologia e Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ) . Têm experiência nas áreas de: Probabilidade e Estatística, Modelos Estatísticos em Vigilância Epidemiológica, Modelagem Estatística Espacial, Longitudinal e Espaço-Temporal. Mais recentemente vem se dedicando aos estudos em epidemiologia humana e veterinária e a Ciência de Dados.

  • Maria Angela Pires Esteves, Fundação Oswaldo Cruz

    Graduação em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com especialização em Políticas Territoriais do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e em Informação Cientifica e Tecnológica em Saúde (ICICT/FIOCRUZ). Mestre em Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ). Atualmente é Analista de Gestão em Saúde no Núcleo de Geoprocessamento do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz.

  • Raquel de Vasconcellos Carvalhaes de Oliveira, Fundação Oswaldo Cruz

    Graduação em Estatística pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2003), mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas (2006) e doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (2012). Atualmente é pesquisador titular III da Fundação Oswaldo Cruz. Tem experiência na área de Probabilidade e Estatística, com ênfase em Estatística, atuando principalmente nos seguintes temas: pesquisa clínica, epidemiologia, análise de sobrevivência, doenças infecciosas e câncer.

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Publicado

03-06-2025

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

LISBOA, Nereide Santos; TASSINARI, Wagner de Souza; ESTEVES, Maria Angela Pires; OLIVEIRA, Raquel de Vasconcellos Carvalhaes de. ANÁLISE ESPACIAL DO FLUXO DAS INTERNAÇÕES DE SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE POR COVID-19 NA BAHIA, BRASIL, 2020-2021. Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, Uberlândia, v. 21, p. e2126, 2025. DOI: 10.14393/Hygeia2173129. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/73129. Acesso em: 14 dez. 2025.