CARGA MENTAL DE TRABALHO E ESTRESSE OCUPACIONAL EM SERVIDORES DE UNIVERSIDADE PÚBLICA: ANÁLISE A PARTIR DE EQUAÇÕES ESTRUTURAIS
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia2072151Palavras-chave:
Carga mental, Demanda-controle, Apoio social, Estresse Ocupacional, Doenças ocupacionaisResumo
Objetivo: Avaliar a relação entre estresse ocupacional e carga mental de trabalho em servidores públicos, utilizando as subescalas e itens da Escala de Carga Mental Subjetiva de Trabalho (ESCAM) e da Escala de Estresse no Trabalho (JSS) como instrumentos de medida. Método: Estudo transversal, realizado no período de abril a novembro de 2022, com 450 servidores públicos de uma instituição de ensino superior federal do Rio Grande do Sul. A amostragem foi por conveniência. As relações entre carga mental e estresse ocupacional foram analisadas estatisticamente por meio da técnica de Modelagem de Equações Estruturais com estimativa de Mínimos Quadrados Parciais (PLS-SEM) com algoritmo do software SmartPLS® versão 4.0.9.9. Resultados: Houve predomínio de participantes do sexo feminino (65,30%), com idade entre 30 e 40 anos (32,40%), casado (70%). Destes, apresentavam níveis adequados de carga mental (91,78%). Quanto ao estresse ocupacional da amostra, os níveis foram elevados para as as demandas (53,11%), controle (97,78%) e apoio social no trabalho (95,78%). A avaliação sistemática do modelo revelou adequada consistência interna e validade. Implicações: Conclui-se que o modelo demanda-controle e apoio social no trabalho mostrou-se um forte preditor para avaliação da percepção da carga mental subjetiva no trabalho, compondo um modelo robusto e contribuindo para a produção de conhecimento na área da saúde do trabalhador.
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