ANÁLISE DAS INTERNAÇÕES E A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA ENDOMETRIOSE NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE SEGUNDO REGIÕES BRASILEIRAS
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia2072118Palavras-chave:
Endometriose, Sistema de Informação Hospitalar, Saúde reprodutivaResumo
A endometriose é uma afecção ginecológica crônica benigna, estrogênio-dependente, encontrada principalmente em mulheres em idade reprodutiva, porém suas consequências clínicas podem ser diagnosticadas até a pós-menopausa. Objetivo: Analisar a taxa de internação e a distribuição espacial da endometriose segundo as regiões brasileiras entre os anos de 2017 e 2022. Metodologia: Estudo descritivo e ecológico com base em dados de internação por endometriose do Sistema de Informação Hospitalar (SIH). Foram analisadas variáveis sociodemográficas e clínicas, e estimou-se a variação percentual anual e a distribuição espacial das taxas por regiões brasileiras. Resultados: Foram registradas 64.959 internações, com maior proporção de registros na faixa etária de 40 a 49 anos (42,6%), na cor parda (38,4%), com média de internação de 2,4 dias. As maiores taxas foram encontradas na região Sul, com uma taxa de 16,1/100 mil e uma variação percentual anual de 5,5% no período. Na distribuição espacial da taxa média de internações segundo regiões e unidades federativas, houve maior prevalência nos estados do Acre, da Paraíba e de Minas Gerais. Conclusão: Observou-se uma tendência de crescimento das taxas de internações em todas as regiões, com exceção da região Sul, que, no entanto, se manteve com a taxa mais alta do país.
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