PERCEPÇÕES DA EQUIPE SOBRE A PRÁTICA INTERPROFISSIONAL NA ATENÇÃO À SAÚDE DE SERVIDORES FEDERAIS

Autores

  • Priscila Tavares de Oliveira Universidade Federal de Alagoas - Faculdade de Medicina
  • Cristina Camelo de Azevedo Universidade Federal de Alagoas - Faculdade de Medicina
  • Waldemar Antônio das Neves Júnior Universidade Federal de Alagoas - Faculdade de Medicina

DOI:

https://doi.org/10.14393/Hygeia2071618

Palavras-chave:

Equipe multiprofissional, Saúde do trabalhador, Práticas interdisciplinares, Aprendizagem colaborativa

Resumo

A interprofissionalidade vem ganhando cada vez mais destaque entre as equipes de saúde, com profissionais de diversas formações atuando juntos, integrando saberes, ampliando repertórios de práticas e, assim, fortalecendo o trabalho em saúde e a integralidade da atenção. Neste estudo, objetivou-se realizar uma análise propositiva dos discursos produzidos pelos profissionais de uma equipe de atenção à saúde de servidores federais, sobre a prática interprofissional na referida equipe. Foi desenvolvido um estudo com abordagem qualitativa, baseado na perspectiva teórico-metodológica das práticas discursivas e produção de sentidos. Após a aprovação pelo comitê de ética em pesquisa, duas rodas de conversa virtuais ocorreram entre os meses de novembro e dezembro de 2021, por meio de plataforma de videoconferência. A pesquisa contou com a participação de onze integrantes da equipe, os quais foram esclarecidos previamente, e tiveram o anonimato garantido. As informações produzidas, após transcritas integralmente, possibilitaram a construção de mapas dialógicos, por meio dos quais foram visualizadas quatro categorias temáticas que surgiram a partir da interação dialógica proporcionada pelas rodas de conversa. Ressaltaram-se as falas dos profissionais sobre as principais características da interprofissionalidade, e sobre as práticas realizadas pela equipe que se enquadram no conceito de interprofissionalidade. Dentre os desafios enfrentados pelos profissionais na implementação dessa prática, encontraram-se a formação tradicional individualista, as falhas na comunicação, resistências por parte dos pares e o recente estado de pandemia vivenciado.

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Biografia do Autor

Priscila Tavares de Oliveira, Universidade Federal de Alagoas - Faculdade de Medicina

Mestra em Ensino na Saúde pela Universidade Federal de Alagoas (MPES/UFAL). Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Alagoas (2010). Atualmente é Psicóloga Organizacional da Universidade Federal de Alagoas, com atuação na Unidade do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS/UFAL) e Psicóloga do município de Rio Largo - AL.

Cristina Camelo de Azevedo, Universidade Federal de Alagoas - Faculdade de Medicina

Professora Doutora do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas. Mestrado em Ensino na Saúde pelo CEDESS/UNIFESP e Doutorado em Saúde Pública pela ENSP/FIOCRUZ. Professora permanente do Mestrado Profissional em Ensino na Saúde da FAMED/UFAL e do Mestrado Profissional em Saúde da Família da FIOCRUZ/Polo UFAL.

Waldemar Antônio das Neves Júnior, Universidade Federal de Alagoas - Faculdade de Medicina

Doutor em Bioética, Ética aplicada e Saúde Coletiva pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) em associação com as Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestre em Educação pelo Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Graduado em Fisioterapia pela Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (2003).

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Publicado

06-09-2024

Como Citar

TAVARES DE OLIVEIRA, P.; AZEVEDO, C. C. de; JÚNIOR, W. A. das N. PERCEPÇÕES DA EQUIPE SOBRE A PRÁTICA INTERPROFISSIONAL NA ATENÇÃO À SAÚDE DE SERVIDORES FEDERAIS . Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, Uberlândia, v. 20, p. e2071, 2024. DOI: 10.14393/Hygeia2071618. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/71618. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos