DESIGUALDADES REGIONAIS DO TRATAMENTO CIRURGICO DO CÂNCER DE PROSTATA NO BRASIL E FATORES ASSOCIADOS
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia2071455Palavras-chave:
Neoplasias da próstata, Gastos públicos com saúde, Análise espacial, Sistema Único de SaúdeResumo
O estudo se propôs a analisar a distribuição espacial de cirurgias e gastos autorizados para o tratamento cirúrgico desta condição pelo Sistema Único de Saúde e correlacionar com fatores socioeconômico e estrutural de saúde. O estudo ecológico descritivo utilizou dados sobre tratamento cirúrgico em homens adultos com diagnóstico de neoplasia de próstata. As taxas de cirurgias e médias de gastos foram apresentadas em mapas colorimétricos e correlacionadas com a proporção de homens, com o PIB per capita e com a disponibilidade de Centros de Referência em Oncologia. Em 2019, os 18.401 procedimentos cirúrgicos totalizaram R$ 108.959.373,92. As intervenções para casos avançados do câncer de próstata foram as mais frequentes e mais onerosas e variaram expressivamente entre as macrorregiões de saúde, com destaque para regiões Sudeste e Sul. A correlação entre as variáveis foi moderada e positiva para Centros de Referência e fraca para PIBPC. Portanto, além de sublinhar as desigualdades socioeconômicas e de acesso à saúde, os resultados apontam para reflexos econômicos importantes do tratamento cirúrgico de neoplasias de próstata para o Sistema Único de Saúde e podem contribuir na elaboração de políticas para que os princípios de equidade e integralidade sejam amplamente atingidos.
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