ÍNDICE DE POBREZA MULTIDIMENSIONAL: UM INDICADOR PARA CIDADES INTELIGENTES
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia2069587Palavras-chave:
Pobreza multidimensional, Cidades inteligentes, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, Índice de Desenvolvimento HumanoResumo
O conceito de cidades inteligentes tem evoluído para incluir o envolvimento cidadão e o debate democrático como elementos centrais. Além disso, o primeiro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 1) da Organização das Nações Unidas é a erradicação da pobreza em todas as suas formas. Entender a pobreza como um fenômeno multidimensional é essencial para compreender as privações que as pessoas enfrentam e como isso limita o desenvolvimento de suas capacidades. Assim, este trabalho apresenta a construção de um indicador de pobreza multidimensional para os municípios do estado de São Paulo. O método de Alkire-Foster (2011) foi utilizado para construir o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM), baseado em IPMs oficiais de países latino-americanos, e a técnica de análise de componentes principais para definir os indicadores que deveriam compor o IPM estadual. O IPM resultou em 5 dimensões e 14 indicadores, revelando que 87,3% dos municípios do estado enfrentam algum tipo de privação, e 55,2% são considerados multidimensionalmente pobres, com privações acima da linha de pobreza multidimensional, estabelecida em 0,2. Ao correlacionar o IPM com o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), observou-se uma associação negativa moderada (-0,56), estatisticamente significativa, entre os dois índices. O uso do IPM na análise dos municípios paulistas contribui para a construção do conhecimento sobre pobreza e cidades inteligentes.