AS INFESTAÇÕES DE ANIMAIS VETORES DE DOENÇAS NOS ESPAÇOS SUBTERRÂNEOS CONSTRUÍDOS PARA O SANEAMENTO BÁSICO
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia1968588Palavras-chave:
Saneamento, Vetores de doenças, Cobertura do Serviço de Esgoto, Drenagem sanitáriaResumo
Na interface da geografia com a saúde coletiva, no meio ambiente urbano, parece não haver controvérsia sobre a importância do saneamento. O presente artigo discute a importância da proliferação de animais vetores nos espaços subterrâneos construídos para atender ao saneamento básico, em especial nas galerias de esgotamento e drenagem pluvial. A metodologia utilizada foi analisar os relatos dessas proliferações na literatura assim como as doenças vinculadas a esses vetores. Embora esses espaços sejam imprescindíveis, sobretudo nos grandes centros urbanos, paradoxal e constrangedoramente os relatos mostram que eles oferecem excelentes oportunidades para a procriação de animais vetores como baratas, ratazanas, mosquitos e moscas, causando permanentes ameaças à saúde pública na veiculação de diversas doenças e na manutenção de epidemias. Contudo, compreensivelmente, são escassos os estudos epidemiológicos qualificando a importância das infestações nesses espaços para a saúde pública. Essas infestações devem ser entendidas como efeito ecológico adverso e não suficientes para comprometer a sólida relação de benefício entre saneamento básico e saúde pública. Entretanto, a inequívoca presença e a participação desses animais na veiculação de importantes doenças para a saúde pública devem ser consideradas em pesquisas específicas e na busca de adequações construtivas nesses espaços subterrâneos para mitigar esses efeitos adversos.