INVESTIGAÇÃO DO PROCESSO EPIDÊMICO-EPIZOÓTICO DA FEBRE AMARELA NO SUDESTE BRASILEIRO NO PERÍODO DE 2016-2018
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia1967184Palavras-chave:
Febre amarela, Mudança climática, Fatores ambientais, Agrupamento, Análise espacialResumo
Objetivo: O objetivo desse estudo foi investigar a relação da febre amarela - FA - com o clima e o ambiente, no processo epidêmico-epizoótico de 2016-2018 ocorrido na região Sudeste brasileira. Métodos: A análise dos dados foi realizada por meio de quatro abordagens: análise espacial da situação epidemiológica; clusters de casos humanos e espacialização das epizootias nos mesmos; identificação de fatores ambientais e climáticos; e a correlação do risco relativo dos clusters e os fatores identificados. Resultados: No período estudado, a maioria dos casos positivos da doença ocorreu no estado de Minas Gerais seguido por São Paulo. Os clusters foram detectados nos anos de 2017 e 2018. O período de estudo apresentou os maiores valores de temperatura e os menores de precipitação em comparação ao período climatológico de 20 anos de análise. A sazonalidade marca o padrão temporal da doença, onde a maioria dos casos ocorre entre dezembro e maio, além disso, surtos ocorrem com periodicidade irregular, quando o vírus encontra condições favoráveis para a transmissão. O espaço se encontra em transformação constante, onde o uso e cobertura do solo possui a maior porcentagem ligada às áreas rurais, seguido das áreas florestais. Os resultados mostraram uma correlação entre o risco relativo dos clusters como fatores ambientais e climáticos. Conclusão: Os resultados apontam para a correlação dos fatores climáticos e ambientais, junto com a presença de vetores e primatas não-humanos - PNHs - geraram um cenário de vulnerabilidade para a região Sudeste, no qual deve-se avaliar planos em relação a saúde pública para a vacinação da população e controle dos vetores urbanos, que podem fazer com que a FA urbana reemerja.