CARACTERIZAÇÃO DA EPIDEMIA DE HIV/AIDS NO ESCUDO DAS GUIANAS E POSSÍVEL INFLUÊNCIA DAS MIGRAÇÕES NA DISSEMINAÇÃO DO VÍRUS
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia64248Palavras-chave:
HIV, AIDS, Fronteira Brasil-Guiana Francesa, Escudo das GuianasResumo
De 1980 a junho de 2020, foram notificados 1.011.617 casos de AIDS no Brasil, (Ministério da Saúde, 2020) e há alguns anos que se verifica uma estabilização na taxa de incidência na América Latina, entretanto são grandes as diferenças regionais no Brasil. As regiões Norte e Nordeste ainda apresentam uma progressão nas taxas de incidência de HIV e não obstante, existe uma variante do HIV-1 do subtipo B, a variante BCAR (B Caribe), que anteriormente era conhecida por sua circulação restrita às ilhas do Caribe e em estudos recentes demonstrou-se sua alta prevalência nos países do Escudo das Guianas. São regiões intimamente ligadas ao Caribe e compartilham em suas fronteiras: culturas, construções sociais, políticas e uma evidente ascensão do HIV e novos casos de AIDS notificados. As mudanças no perfil da AIDS no Brasil vêm mostrando o aumento da transmissão por via heterossexual, uma prevalência de jovens de 15 a 39 anos infectados e uma epidemia que evidencia o desequilíbrio entre as regiões do país. Esses resultados também apontam fortes ligações epidemiológicas entre os países do extremo norte do continente sul-americano, os municípios fronteiriços brasileiros, mobilidade populacional, migração e a epidemia de HIV/AIDS.