A TRAJETÓRIA DA EPIDEMIA DE AIDS NAS MULHERES RESIDENTES NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, DE 1983 A 2012
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia132604Resumo
Objetivo: O presente trabalho pretende, por meio de técnicas de geoprocessamento e de análise espacial, descrever a trajetória da epidemia de Aids nas mulheres com 13 anos de idade ou mais residentes no município de São Paulo (MSP), no período de janeiro de 1983 a junho de 2012. Método: Inicialmente foi realizada a geocodificação dos casos de Aids em mulheres, notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), com 95,2% de taxa de geocodificação (20.566 do total de 21.599 casos). A seguir, os casos foram distribuídos segundo as unidades de agregação "áreas de Ponderação". Foi empregado o programa SaTScan para a detecção dos aglomerados geográficos de taxas elevadas de Aids em mulheres, por meio das técnicas de análise de varredura espacial, espaço-temporal e de variação espacial nas tendências temporais, utilizando um modelo discreto baseado na distribuição de Poisson. Resultados: Na análise de varredura espacial, observou-se maior concentração de taxas elevadas da doença na região Norte do município de São Paulo; na análise espaço-temporal, diversos aglomerados foram encontrados, não poupando nenhuma região do município. A técnica de variação espacial das tendências temporais denotou uma tendência de periferização da epidemia no município de São Paulo. Conclusão: Cabe ao SUS o papel de promover políticas públicas de saúde específicas para as mulheres, com priorização daquelas que vivem em áreas com maior exclusão social. A redução das desigualdades sociais e o incentivo à equidade entre os gêneros poderão refletir no fortalecimento da autonomia econômica, cultural, emocional e social da mulher.