ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA DENGUE AUTÓCTONE NA FRONTEIRA NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL, NO PERÍODO DE 2007 A 2015
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia1335772Palavras-chave:
Dengue, Incidência, Epidemiologia descritiva, Vigilância EpidemiológicaResumo
A dengue é importante arbovirose no Brasil. No Rio Grande do Sul, casos autóctones de dengue foram confirmados somente a partir de 2007, na região noroeste do estado, que atualmente é considerada como importante região endêmica da dengue. Este estudo procurou avaliar a ocorrência e epidemiologia da dengue autóctone na fronteira noroeste do Rio Grande do Sul, por meio da análise descritiva de dados secundários disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), para 46 municípios, no período 2007-2015. No período avaliado, 1.343 casos autóctones foram confirmados, sendo 99,4% classificados como dengue clássica/dengue; 92,5% dos casos foram registrados entre a 9ª e a 19ª semanas epidemiológicas (março a maio); coeficientes de 118,0-5.278,7 casos por 100 mil habitantes foram calculados para municípios/anos selecionados. Dos casos avaliados, 54,8% ocorreram em mulheres, em indivíduos com 20-49 anos (52,1%), e em residentes de zonas urbanas (92,4%). A partir dos resultados obtidos, e considerando o panorama de infestação vetorial, a circulação de diferentes sorotipos virais e a presença de população suscetível, novos casos e surtos de dengue autóctone tendem a ocorrer na região, reforçando a relevância de ações permanentes de vigilância e educação para mitigação dos impactos locais e disseminação desta doença.