VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL, TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA E EPIDEMIOLÓGICA NA RDS DO TUPÉ, MANAUS, AMAZONAS
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia1128690Palavras-chave:
Transição demográfica, transição epidemiológica, indicadores socioambientais, sustentabilidade, AmazôniaResumo
Determinantes sociais das doenças referem-se ao conjunto de fatores de ordem política, econômica, comportamental, ambiental e cultural que "impõem limites" ou "exercem pressão" na distribuição da saúde e da doença e nos aspectos nocivos e protetivos dados aos grupos sociais no interior e entre sociedades. Neste estudo, com base em dados primários de pesquisa e referenciais bibliográficos sobre o tema, as características sociodemográficas da população ribeirinha da Reserva de Desenvolvimento do Tupé, Manaus, Amazonas (RDS do Tupé) foram associadas a ocorrências de doenças infectocontagiosas e crônico-degenerativas objetivando indicar as possíveis relações deste grupo social com a realidade socioambiental demonstrando sua vulnerabilidade aos fatores de risco de adoecimento. Os resultados observados apontam que em relação às doenças crônico-degenerativos apenas duas variáveis apresentaram associação estatisticamente significativa: faixa etária e escolaridade. Em relação às doenças infecto-contagiosas, o resultado foi distinto: nenhuma das variáveis sociodemográficas apresentou associação estatística significativa, apontando assim para outros fatores com maior relevância na explicação da ocorrência de doenças assim classificadas, como a variável ambiental. Concluiu-se que a população ribeirinha da RDS do Tupé, em razão de sua localização espacial específica - zona de transição entre a metrópole manaura e a floresta amazônica - e da especificidade de seu perfil etário, acha-se duplamente vulnerável à ocorrência simultânea de dois grandes grupos de doenças: as parasitárias ou infecto-contagiosas e as crônico-degenerativas.
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