Eficiência de óleos essenciais no manejo da podridão mole causada por Pectobacterium aroidearum em alface

Autores

  • Karol Alves Barroso Universidade Federal Rural do Semi-Árido https://orcid.org/0000-0003-3109-4380
  • Xênia Bastos de Oliveira Universidade Estadual da Bahia
  • Márcia Ferreira Queiroz Universidade Federal de Viçosa https://orcid.org/0000-0002-8637-6863
  • Camila de Oliveira Almeida Universidade Estadual da Bahia
  • Vitor Prates Lorenzo Instituto Federal do Sertão Pernambucano
  • Flávia Cartaxo Ramalho Vilar Instituto Federal do Sertão Pernambucano
  • Cristiane Domingos da Paz Universidade Estadual da Bahia
  • Ana Rosa Peixoto Universidade Estadual da Bahia https://orcid.org/0000-0001-7807-4171

DOI:

https://doi.org/10.14393/BJ-v37n0a2021-54179

Palavras-chave:

Alternative control, Curative control, Essential oil of sage, Lactuca sativa, Preventive control.

Resumo

A alface está suscetível a diversas doenças, destacando-se a podridão mole causada por bactérias do gênero Pectobacterium. Devido a sua a adaptabilidade deste patógeno e a inexistência de controle da doença registrado para a cultura, o objetivo deste trabalho foi o de avaliar os efeitos de óleos essenciais no manejo da podridão mole causada por P. aroidearum em alface. Foram utilizados os óleos essenciais (OEs) de laranja, bergamota, capim-limão, palmarosa, citronela, cravo, melaleuca, alecrim, sálvia e gengibre nas concentrações de 0,25; 0,5; 0,75 e 1,0% para avaliar a inibição do crescimento in vitro da bactéria. Posteriormente, avaliaram-se os efeitos curativos da doença aplicando-se os óleos essenciais que obtiveram melhores resultados in vitro em plantas de alface da variedade suscetível “Mônica”. Os tratamentos foram aplicados, via pulverização, 12 horas após a inoculação utilizando-se o método da picada com suspensão bacteriana. O melhor tratamento in vivo foi selecionado para avaliar sua atividade preventiva e curativa, bem como encontrar a concentração ideal para redução das variáveis epidemiológicas e caracterização cromatográfica. Os OEs de palmarosa, sálvia, citronela, capim-limão e cravo (0,25%), e o de sálvia (0,75%), inibiram o crescimento bacteriano in vitro. O OE de sálvia apresentou os melhores resultados in vivo inibindo o crescimento da doença nas concentrações de 0,50 e 0,75%, então, foi selecionado para os testes de controle preventivo e curativo isoladamente. O tratamento preventivo não foi eficiente para o manejo da podridão mole em alface, entretanto, a partir da análise de regressão, foi encontrada a concentração de 0,64% do OE de sálvia como potencial para o controle curativo dessa bacteriose, por reduzir a incidência e severidade da doença. O lynalyl acetato e linalol foram encontrados em maiores concentrações na análise cromatográfica. Estes componentes, provavelmente, conferiram a capacidade bactericida do óleo essencial de sálvia, sendo potencial para o uso no controle de P. aroidearum em alface.

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Publicado

2021-12-29

Como Citar

BARROSO, K.A., BASTOS DE OLIVEIRA, X., FERREIRA QUEIROZ, M., DE OLIVEIRA ALMEIDA, C., PRATES LORENZO, V., CARTAXO RAMALHO VILAR, F., DOMINGOS DA PAZ, C. e PEIXOTO, A.R., 2021. Eficiência de óleos essenciais no manejo da podridão mole causada por Pectobacterium aroidearum em alface. Bioscience Journal [online], vol. 37, pp. e37095. [Accessed24 novembro 2024]. DOI 10.14393/BJ-v37n0a2021-54179. Available from: https://seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/article/view/54179.

Edição

Seção

Ciências Agrárias