Avaliação da resposta à vacinação com bacterina anti-leptospira em ovelhas gestantes e da transferência passiva dos anticorpos a suas crias

Resumo

A leptospirose é uma doença frequentemente subestimada em rebanhos ovinos e leva a grandes prejuízos à ovinocultura. O objetivo deste estudo foi avaliar a resposta imune humoral em ovelhas gestantes, após imunização com uma vacina polivalente comercial contra leptospirose, bem como verificar a transmissão dos anticorpos adquiridos às crias, pelo colostro. Para isto, 24 ovelhas gestantes foram vacinadas. Amostras de sangue foram coletadas pré-imunização, bem como 7, 14, 21, 28, 35, 42 e 49 dias após. Para avaliar a transferência passiva de anticorpos, os 32 cordeiros que nasceram dessas ovelhas foram amostrados nas primeiras 48 horas após o nascimento, bem como com 10 e 21 dias de vida. Os cordeiros foram divididos em dois grupos: partos simples (Grupo A; n=16) e partos gemelares (Grupo B, n= 16). O soro sanguíneo foi submetido à prova de Soroaglutinação Microscópica (MAT), na qual 21 sorovares de Leptospira foram testados. O número de ovelhas reativas à MAT aumentou gradualmente até os 21 dias após imunização, com posterior decréscimo. De todos os sorovares presentes na vacina, a maior parte dos animais soroconverteu para o sorovar Hardjoprajtino, do sorogrupo Serjoe. Anticorpos anti-Leptospira passaram pelo colostro e puderam ser detectados no soro dos cordeiros entre 24 e 48 horas após o nascimento. Foi observado que 65,5% (21 de 32) cordeiros foram reativos. Em coletas subsequentes, realizadas 10 e 21 dias após o nascimento, houve um decréscimo no número de animais reativos à MAT. Não houve diferença significativa na transferência de anticorpos entre cordeiros de partos simples e gemelares.