Influência de variáveis climáticas nas taxas de atropelamento de vertebrados silvestres no bioma Cerrado, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.14393/BJ-v33n6a2017-39538Palavras-chave:
Road ecology, Wildlife collision, Seasonality, Temporal patterns, Humidity, PrecipitationResumo
O atropelamento de animais selvagens é um problema para a conservação da fauna no mundo. Para mitigar esse problema é necessário entender os fatores que o influenciam, como sazonalidade e variáveis climáticas. O objetivo do estudo foi avaliar a influência das variáveis climáticas (temperatura, umidade relativa do ar e precipitação acumulada), sazonalidade e volume diário médio de veículos (VDM) nas taxas de atropelamento de vertebrados em uma área do bioma Cerrado, Brasil. A área de estudo é um trecho de 96 km da rodovia BR-050, rodovia duplicada, entre as cidades de Uberlândia e Uberaba, Minas Gerais, Brasil. Essa área é caracterizada por intensa fragmentação dos habitats naturais com poucos remanescentes do bioma Cerrado. O clima apresenta sazonalidade com chuva no verão e seca no inverno. Foram analisados dados de monitoramento de atropelamento realizados de abril de 2012 a março de 2013. A rodovia foi monitorada semanalmente, de carro, a uma velocidade média de 60 km/h, por dois observados, totalizando 8.064 km vistoriados. As maiores taxas de atropelamento para répteis foram encontradas na estação chuvosa; para os
outros grupos (mamíferos e aves) nenhuma diferença foi encontrada. Também foi verificada sazonalidade para as espécies mais abundantes: um maior número de atropelamentos foi encontrado na estação chuvosa para a jiboia (Boa constrictor amarali), assim como para o tatu-peba (Euphractus sexcinctus). Para o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), o mãopelada (Procyon cancrivorus), a jaritataca (Conepatus semistriatus) e a seriema (Cariama cristata) nenhuma diferença foi encontrada. A humidade e a precipitação acumulada influenciaram positivamente a taxa de atropelamento de répteis. Como esperado, o mesmo resultado foi encontrado para Boa constrictor amarali. A taxa de atropelamento de mamíferos aumenta com a precipitação acumulada; por outro lado, a taxa de atropelamento de Euphractus sexcinctus aumenta com a
temperatura. Aves não são afetadas pelas variáveis climáticas, não obstante, a taxa de atropelamento de Cariama cristata diminuiu com o aumento da humidade. Contrário às expectativas, o VDM não influencia as taxas de atropelamento. Esses resultados mostram que é necessário investigar a influência de possíveis variáveis descritoras para mamíferos, aves e répteis separadamente, e não para todos os vertebrados como um só grupo. Além disso, algumas espécies podem apresentar diferentes padrões temporais.
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Copyright (c) 2017 Carine Firmino Carvalho, Ana Elizabeth Iannini Custódio, Oswaldo Marçal Júnior
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