Interferência do milho voluntário na soja resistente ao glifosato e controle químico em diferentes estádios fenológicos

Resumo

O uso sucessivo de culturas “Roundup Ready” pode dificultar o manejo de plantas voluntárias originadas de sementes perdidas durante a colheita. Na soja, plantas de milho voluntário podem apresentar elevada
interferência e causar redução da produtividade dependendo da sua densidade. O objetivo do estudo foi quantificar o nível de dano econômico (NDE) na soja em função da competição de milho voluntário e avaliar o controle químico em diferentes estádios fenológicos de desenvolvimento. Os experimentos de NDE e controle químico foram conduzidos a campo, em delineamento inteiramente e blocos casualizados com uma e três repetições, respectivamente. As variáveis analisadas foram a produtividade e o NDE em função da competição das diferentes populações de milho voluntário (zero; um; dois; quatro; seis; oito; 10; 12; 16; 20; 24 e 32 plantas m-²) e o controle químico com herbicidas inibidores da enzima acetil CoA carboxilase (ACCase) isolados ou misturados com o glifosato em diferentes estádios fenológicos de desenvolvimento (V2-V3; V4-V5 e V6-V8) que foram avaliados aos sete, 14 e 21 dias após a aplicação (DAA). Os resultados demonstraram maior potencial competitivo do milho voluntário onde a presença de uma planta m^-2 reduziu a produtividade da soja em 17%. O NDE variou de 0,14 a 0,78 plantas m-2 e o controle do milho voluntário deve ser realizado em populações baixas. O uso de herbicidas inibidores da ACCase isolados ou misturados com o glifosato proporcionaram controle superior 85% no estádio fenológico V2-V3 independente do período avaliado. A eficácia de todos os herbicidas decresceu com o atraso da aplicação com um nível de controle acima de 87%, no estádio fenológico V6-V8, obtido apenas para os herbicidas fluazifope e haloxifope isolado ou em mistura com o glifosato aos 14 e 21 dias após aplicação.