Tratamento precoce da oligodontia não-sindrômica: relato de caso clínico

Resumo

O objetivo deste trabalho é descrever o caso clínico do paciente R.C.B.C., dez anos de idade, gênero masculino, portador de oligodontia não associada à síndrome, com traço familiar materno e ausência de 22 dentes permanentes. Clinicamente, o paciente apresentava retenção prolongada de alguns incisivos, todos os caninos e molares decíduos e presença do incisivo central superior esquerdo, incisivo central inferior direito e os quatro primeiros molares, todos da dentição permanentes. Radiograficamente, apenas os segundos molares superiores e os terceiros molares inferiores estavam em desenvolvimento, com ausência dos demais germes dos dentes permanentes. Terapeuticamente, foi instituída a expansão maxilar seguida de mesialização e vestibularização do incisivo central superior esquerdo e de reabilitação com prótese removível, sendo o objetivo principal restaurar a harmonia estética e a função. O caso foi acompanhado há seis anos. A oligodontia não-sindrômica é considerada rara e impõe importantes dificuldades funcionais e psicossociais aos seus portadores. Geralmente, o tratamento requer uma abordagem interdisciplinar, onde a odontopediatria e a ortodontia desempenham papel primordial. Devido à complexidade envolvida, o tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível, para minimizar futuras questões funcionais e estéticas. Os implantes dentários são considerados como tratamento definitivo para os casos de oligodontia, entretanto, até os pacientes alcançarem a idade ideal, outros tratamentos para garantir estética e função devem ser realizados.