Crispim do Amaral e a concepção do Teatro Amazonas

Autores/as

  • Márcio Páscoa
  • Luciane Viana Barros Páscoa

DOI:

https://doi.org/10.14393/artc-v27-n50-2025-80247

Palabras clave:

Teatro Amazonas, Crispim do Amaral, ecletismo

Resumen

Este artigo trata do processo de construção do Teatro Amazonas, em Manaus, destacando a participação de Crispim do Amaral na sua concepção. A investigação começa pela descrição de espaços teatrais preexistentes em Manaus, estabelecendo o contexto histórico para a construção de um teatro público, observando os obstáculos iniciais, interrupção das obras e sua retomada durante o governo de Eduardo Ribeiro. Em seguida, ao mencionar a trajetória de Crispim do Amaral, como cenógrafo e pintor, mostramos sua participação na decoração do Teatro Amazonas. Abordamos o projeto da fachada, explorando a influência de elementos do classicismo e do revivalismo, a partir das fontes primárias disponíveis. Procuramos discutir sobre a estética eclética do Teatro Amazonas, que experimenta a combinação de referências estilísticas históricas com a utilização de materiais inovadores, como a estrutura metálica da cúpula, e ainda sobre a controvérsia envolvendo autoria e recepção. Consideramos que a cúpula, idealizada por Bancels, possivelmente com a participação de Amaral, se tornou o elemento icônico do Teatro Amazonas, consolidando sua imagem como símbolo da cultura daquele período. A pesquisa fundamentou-se na análise de documentos históricos, como projetos, ofícios, fotografias e periódicos, tendo como orientação teórica os estudos de Valladares, Muthesius, Ricci, Panofsky e Warburg, entre outros.

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Biografía del autor/a

  • Márcio Páscoa

    Doutor em Ciências Musicais Históricas pela Universidade de Coimbra/Portugal (UC). Professor do curso de graduação em Música e do Programa de Pós-graduação em Letras e Artes da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e docente colaborador do Centro de Estudos em Música (Cesem) da Universidade Nova de Lisboa/Portugal (UNL), Pesquisador do CNPq. Autor, entre outros livros, de Ópera em Manaus. Manaus: Valer, 2009. 

  • Luciane Viana Barros Páscoa

    Doutora em História pela Universidade do Porto/Portugal (UP). Professora do curso de graduação em Música e do Programa de Pós-graduação em Letras e Artes da Universidade do Estado do Amazonas UEA. Autora, entre outros livros, de Artes plásticas no Amazonas: o Clube da Madrugada. Manaus: Valer, 2011. 

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Publicado

2025-06-30

Número

Sección

Artículos

Cómo citar

Crispim do Amaral e a concepção do Teatro Amazonas. (2025). ArtCultura, 27(50), 301-321. https://doi.org/10.14393/artc-v27-n50-2025-80247