A inserção do conto A escrava, de Maria Firmina dos Reis, nos debates sobre a abolição no Maranhão e a luta dos escravizados pela sua liberdade

Autores

  • Sálua Francinele Ribeiro

DOI:

https://doi.org/10.14393/artc-v26-n48-2024-75990

Palavras-chave:

memória, subjetividade, maternidade escravizada

Resumo

Este artigo tem por objetivo inserir o conto A escrava (1887), de Maria Firmina dos Reis, nas discussões públicas referentes à escravidão e à abolição no Brasil. Com base nessa fatura bibliográfica, que engloba a colaboração prestada a vários jornais do Maranhão, estado no qual ela nasceu, reunimos elementos que nos possibilitam analisar como a autora representa o negro (escravizado) como sujeito político dotado de voz própria, por meio da qual expressou sua memória, subjetividade e afetividade no contexto da maternidade escravizada. Evidenciamos, por essa via, como Maria Firmina dos Reis interveio no cotidiano de sua época por intermédio da literatura. O exame dos seus escritos permite que haja a ressignificação da história dos negros, mas dessa vez por uma mulher, escritora e afro-brasileira, sem falar que isso reabre a discussão sobre a inclusão ou exclusão de sua produção na crítica literária e historiográfica nacional.

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Biografia do Autor

Sálua Francinele Ribeiro

Doutora em História pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professora de História no Colégio Estadual da Polícia Militar Nivo das Neves de Caldas Novas (CEPMG). 

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Publicado

30-06-2024

Como Citar

Francinele Ribeiro, S. (2024). A inserção do conto A escrava, de Maria Firmina dos Reis, nos debates sobre a abolição no Maranhão e a luta dos escravizados pela sua liberdade. ArtCultura, 26(48), 281–299. https://doi.org/10.14393/artc-v26-n48-2024-75990

Edição

Seção

Artigos