Férias no Sul (1967) e a reinvenção da Blumenau germânica: construindo a imagem da cidade através do cinema
DOI:
https://doi.org/10.14393/artc-v26-n48-2024-75986Palavras-chave:
cinema e história, Férias no Sul, análise fílmicaResumo
O artigo apresenta uma análise de Férias no Sul, longa-metragem de 1967 dirigido pelo cineasta mato-grossense Reynaldo Paes de Barros. Classificado como drama e romance, sua maior peculiaridade é seu cenário pouco usual no cinema brasileiro: Blumenau, em Santa Catarina, conhecida nacionalmente como uma cidade marcada culturalmente pela imigração alemã. Tendo tido certa circulação no Brasil e sido recebido com polêmica em Blumenau, acabou, contudo, por ser esquecido na cinematografia brasileira. Buscam-se aqui dois objetivos: primeiramente, compreender a trajetória histórica da obra, através da investigação de seus contextos de produção e recepção. Para tanto, utilizam-se como fontes notícias publicadas à época na mídia impressa. Além disso, analisa-se como Blumenau e sua cultura foram retratadas, trazendo o próprio filme, com seus elementos estéticos e narrativos, como o principal documento histórico. Propõe-se tal análise defendendo a hipótese de que Férias no Sul teria contribuído para o posterior projeto de revalorização da cultura germânica na cidade, transformada em mercadoria e espetáculo turísticos a partir da década de 1970.
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