Sob os augúrios de Mnemosyne: Menina que vem de Itaiara, de Lindanor Celina

Autores

  • Relivaldo Pinho

DOI:

https://doi.org/10.14393/artc-v25-n47-2023-73165

Palavras-chave:

Lindanor Celina, Menina que vem de Itaiara, memória

Resumo

Estuda-se o primeiro romance de Lindanor Celina, Menina que vem de Itaiara, de 1963, que narra a trajetória da menina Irene na cidade de Itaiara. Apesar de certo reconhecimento, especialmente da relação de seus elementos ficcional e histórico, a literatura de Celina ainda é pouco estudada e isso se aplica a esse livro. Tomam-se teorias e conceitos de pensadores, como Paul Ricoeur, Platão, Aristóteles, Maurice Halbwachs, e de outros autores que tratam sobre as características históricas, socioculturais e ficcionais da região paraense, para analisar o cerne, ainda não detidamente estudado, desse romance, o estatuto da memória. No livro, a memória está, em seus vários aspectos, relacionada à reminiscência, à imaginação/representação do vivido e à narração. É a narração – na interseção da literatura com as dimensões histórico-sociais regionais – a responsável por rememorar os eventos e personagens exemplares e arquetípicos da cidade.

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Biografia do Autor

Relivaldo Pinho

Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará
(UFPA). Professor do Centro Universitário Fibra. Autor, entre
outros livros, de Antropologia e filosofia: experiência e estética na
literatura e no cinema da Amazônia. Belém: Editora UFPA, 2015.

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Publicado

30-12-2023

Como Citar

Pinho, R. (2023). Sob os augúrios de Mnemosyne: Menina que vem de Itaiara, de Lindanor Celina. ArtCultura, 25(47), 50–71. https://doi.org/10.14393/artc-v25-n47-2023-73165

Edição

Seção

Minidossiê: Entre a História e a Literatura