Raio de luz: o Espelho musical do mundo, de Henry Burnett
DOI:
https://doi.org/10.14393/artc-v25-n46-2023-71202Resumo
Singular, a expressão que dá nome e conteúdo ao livro de Henry Burnett – Espelho musical do mundo – designa um dos momentos mais significativos da tentativa, empreendida pelo jovem Nietzsche, em O nascimento da tragédia, de definir especulativamente a origem da tragédia ática. A esta última, segundo o filósofo alemão, seríamos levados por um duplo movimento: pelo abandono, por parte do poeta lírico, da subjetividade artística e pela união entre o som – dimensão fônica não figurativa – e a palavra – esfera própria à articulação conceitual. Produto dessa confluência, pela qual música e poesia se interpenetram condicionalmente, a canção popular surgiria, então, conforme a hipótese nietzschiana de interpretação, como a semente originária da qual nasceu e cresceu o espetáculo trágico, visto, aqui, sob a ótica da chamada “metafísica de artística”, como uma réplica espectralmente melódica do mundo mesmo: “Mas, a canção popular vale, para nós, antes de tudo, como espelho musical do mundo, a melodia primordial, que agora busca uma aparência onírica paralela, visando a expressá-la na poesia”.
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Referências
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