Villa-Lobos antes de Paris, ou: como era gostoso o meu francês
DOI:
https://doi.org/10.14393/artc-v25-n46-2023-71191Palavras-chave:
Villa-Lobos, Semana de Arte Moderna, modernismoResumo
Este artigo pretende rediscutir a hipótese de Paulo Guérios, para quem a) Villa-Lobos passou a se construir como compositor brasileiro após sua primeira visita a Paris; b) as eventuais obras nacionalistas de Villa-Lobos, antes disso, foram apenas “projetos temporários” e seu principal objetivo era “demonstrar aos outros e a si próprio que era um artista”. A partir de documentação obtida em jornais de época e dados oferecidos pelo próprio Guérios, é proposta uma interpretação distinta desses dados que aponta o compositor como um músico que vivenciou a cultura popular como um jovem periférico, recorrendo à assimilação “antropofágica” da cultura europeia para obter apoios suficientes que possibilitaram sua ida a Paris, onde, após o reconhecimento de sua poética, pôde dar vazão à representação musical da cultura brasileira, da qual se tornou uma espécie de “embaixador”.
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