Francesa e Duas Cidades: livros franceses e livrarias em São Paulo (1950-1960)

Autores

  • Fabiana Marchetti
  • Hugo Quinta

DOI:

https://doi.org/10.14393/artc-v25-n46-2023-71187

Palavras-chave:

Livraria Francesa, Livraria Duas Cidades, importação de livros

Resumo

Este artigo apresenta e analisa a história da Livraria Francesa e da Livraria Duas Cidades, dois estabelecimentos referenciais para a intelectualidade paulistana na segunda metade do século XX. A primeira, fundada em 1947 pelo casal de imigrantes franceses Paul-Jean e Juliette Monteil; a segunda, em 1954 pelo então dominicano Frei Benevenuto de Santa Cruz. Considerando a relevância de ambas para a história do livro no Brasil, abordamos o comércio livreiro na cidade de São Paulo e seus circuitos intelectuais e culturais durante os anos 1950 e 1960. Depois examinamos as trajetórias da Francesa e da Duas Cidades nesse período, evidenciando como elas contribuíram para a construção da cultura paulistana por meio das importações de livros e revistas francesas. Essas publicações atendiam à demanda de intelectuais e universitários, o que consolidou as duas livrarias como polos importantes de formação intelectual e de sociabilidade na capital paulista.

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Biografia do Autor

Fabiana Marchetti

Doutoranda em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP). Bolsista da Fapesp. 

Hugo Quinta

Doutor em História pela Universidade Estadual Paulista (Unesp-Assis). Pós-doutorando em Jornalismo e Editoração na Escola de Comunicações e Artes da USP. Bolsista da Fapesp. Autor de A trajetória de um libertário: Pietro Gori na América do Sul (1898-1902). Foz do Iguaçu: Edunila, 2018. 

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Publicado

30-06-2023

Como Citar

Marchetti, F., & Quinta, H. (2023). Francesa e Duas Cidades: livros franceses e livrarias em São Paulo (1950-1960). ArtCultura, 25(46), 79–99. https://doi.org/10.14393/artc-v25-n46-2023-71187

Edição

Seção

Dossiê – Passagens do livro: história(s) transnacional(is) dos trânsitos editorais