Escrita literária, leitura filosófica: as Canções sem metro, de Raul Pompeia

Autores

  • Marconi Severo

DOI:

https://doi.org/10.14393/artc-v23-n43-2021-64091

Palavras-chave:

Canções sem metro, Filosofia, Raul Pompeia

Resumo

Este texto é dedicado à análise de Can- ções sem metro, de Raul Pompeia. Sustento aqui dois argumentos que, de certa forma, estendem-se a todo o legado artístico-literário do escritor: em primeiro lugar, abordo o pessimismo frequentemente atribuído a ele, e supostamente realçado em tal obra, o que acredito tratar-se de uma interpretação equivocada; e, em segundo lugar, entendo que, para o autor, o ser humano é essencialmente mau, fato que coloca em dúvida tanto os usos que a humanidade faz dos recursos naturais, quanto as relações estabelecidas entre os homens. Por outro lado, e apesar de sua concepção negativa da natureza humana, argumento que Pompeia não deixa de crer na possibilidade de uma sociedade melhor, conforme expressa por meio da ideia de “progresso relativo” e do ideal de “esperança”.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marconi Severo

Doutorando em Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 

Referências

ANDRÉA, João. 12 de abril. In: POMPEIA, Raul. Canções sem metro. Rio de Janeiro: Typographia Aldina, 1900.

ARARIPE JÚNIOR, Tristão de Alencar. O Ateneu e o romance psicológico. Novidades, ano II, n. 267, Rio de Janeiro, 12 dez. 1888.

ARAÚJO, Gilberto. Introdução. In: POMPEIA, Raul. Canções sem metro. Organização, introdução e notas de Gilberto Araújo. Campinas: Editora da Unicamp, 2013.

BOTELHO, André e HOELZ, Maurício. Sociologias da literatura: do reflexo à reflexividade. Tempo Social, v. 28, n. 3, São Paulo, set.-dez. 2016.

BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. 2. ed. 1. reimpr. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

BRAGA-PINTO, César. The Honor of the abolitionist and the shamefulness of slavery. Luso-Brazilian Review, v. 51, n. 2, Madison, jul.-dez. 2014.

CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem e Teatro de sombras. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ/Relume-Dumará, 1996.

DOSTOIÉVSKI, Fiódor M. Memórias do subsolo. 6. ed. 1. reimpr. São Paulo: Editora 34, 2012.

GAMA, Domício [pseudônimo de Domício A. Forneiro]. Discurso proferido na Academia Brasileira de Letras. A República, ano XV, n. 160, Rio de Janeiro, 22 jul. 1900.

Gazeta da Tarde, Editorial, ano XVI, n. 354, Rio de Janeiro, 26 dez. 1895.

Gazeta de Notícias, ano XIV, n. 150, 30 maio 1888.

Gênesis. In: Bíblia Sagrada. Sociedade Bíblica do Brasil. Disponível https://www.sbb.org.br/>. Acesso em 18 set. 2020.

HIGINO, Nuno. Entre filosofia e literatura: responsabilidade infinita. Revista Humanística e Teologia, v. 32, n. 2, Porto, jul.-dez. 2011.

KEMPINSKA, Olga. “A alegria é una”: O poema em prosa e a poética da ironia. Caligrama: Revista de Estudos Românicos, v. 24, n. 3, Belo Horizonte, set.-dez. 2019.

MELO NETO, João Cabral. Morte e vida severina. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2016.

OCTÁVIO, Rodrigo. Raul Pompeia: saudades e evocações. Revista Brasileira, ano II, tomo V, Rio de Janeiro, 1896.

POMPEIA, Raul. A vida na Corte. Diário de Minas, ano II, n. 369, Belo Horizonte, 8 jun. 1889.

POMPEIA, Raul. Canções sem metro. Organização, introdução e notas de Gilberto Araújo. Campinas: Editora da Unicamp, 2013.

POMPEIA, Raul. Canções sem metro. Rio de Janeiro: Typographia Aldina, 1900.

POMPEIA, Raul. Cartas ao futuro. Gazeta da Tarde, ano XVIII, n. 169, 27 dez. 1897.

POMPEIA, Raul. Correspondências íntimas II. In: Contos. Biblioteca Digital de Literaturas de Língua Portuguesa: UFSC. Disponível em <https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/?locale=pt_BR>. Acesso em 21 maio 2019.

POMPEIA, Raul. Diário de Minas, ano I, n. 300, Belo Horizonte, 28 abr. 1889.

POMPEIA, Raul. O Ateneu: crônica de saudades. 2. ed. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves & Cia., 1905.

POMPEIA, Raul. O Ateneu: crônica de saudades. Rio de Janeiro: Typographia da Gazeta de Notícias, 1888.

POMPEIA, Raul. Pandora: Glória latente. Gazeta de Notícias, ano XIV, n. 261, 18 set. 1888.

POMPEIA, Raul. Pandora: Leituras. Gazeta de Notícias, ano XIV, n. 271, 28 set. 1888.

POMPEIA, Raul. Pandora: Os “paradoxos” de Max Nordau. Gazeta de Notícias, ano XIV, n. 218, 6 ago. 1888.

POMPEIA, Raul. Pandora: poesias de Olavo Bilac. Gazeta de Notícias, ano XIV, n. 281, Rio de Janeiro, 8 out. 1888.

PONTES, Eloy. Raul Pompeia, sua vida, seu tempo, sua obra. Revista Brasileira, n. 5, Rio de Janeiro, dez. 1934.

SANDANELLO, Francisco B. Raul Pompeia, leitor de Baudelaire: da teoria das correspondências às canções sem metro. Opiniães, v. 2, n. 3, São Paulo, jan.-jun. 2011.

SILVA, Marciano Lopes e. A Pandora de Raul Pompeia. Acta Scientiarum: Human and Social Sciences, v. 24, n. 1, Maringá, jan.-dez. 2002.

SILVA, Marciano Lopes e. A recepção crítica das Canções sem metro, de Raul Pompeia. Acta Scientiarum: Human and Social Sciences, v. 24, n. 1, Maringá, jan.-dez. 2002.

SILVA, Marciano Lopes e. Decadência das civilizações e memória dos ideais: a filosofia da história na obra de Raul Pompéia. Acta Scientiarum: Human and Social Sciences, v. 25, n. 2, Maringá, jul.-dez. 2003.

SILVA, Marciano Lopes e. Por uma revisão crítica da obra de Raul Pompeia. Acta Scientiarum: Human and Social Sciences, v. 23, Maringá, jan.-dez. 2001.

SILVA, Marciano Lopes e. Raul Pompeia: impasses de um formalista avant la lettre. Acta Scientiarum: Human and Social Sciences, v. 24, n. 1, Maringá, jan.-dez. 2002.

SOUZA, Francisco Edi de Oliveira. Uma leitura de Canções sem Metro: a partir do diálogo com a obra de Baudelaire. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2014.

SOUZA, Roberto A. Q. Teoria da literatura. 10. ed. 3. reimpr. São Paulo: Ática, 2010.

Downloads

Publicado

2021-12-24

Como Citar

Severo, M. . (2021). Escrita literária, leitura filosófica: as Canções sem metro, de Raul Pompeia. ArtCultura, 23(43), 175–191. https://doi.org/10.14393/artc-v23-n43-2021-64091

Edição

Seção

Artigos