“Da acrópole ao morro da Mangueira”: o afro-brasileirismo do samba na polêmica entre Pedro Calmon e José Lins do Rego (1939)

Autores

  • Lucas André Gasparotto

DOI:

https://doi.org/10.14393/artc-v23-n42-2021-61862

Palavras-chave:

samba, nação, cultura nacional

Resumo

O artigo analisa a polêmica em torno do samba, travada na imprensa carioca entre Pedro Calmon e José Lins do Rego em meados de 1939. O debate ocorre quando Carmen Miranda viaja aos Estados Unidos, acompanhada do Bando da Lua, para realizar uma série de shows que incluía uma temporada na Broadway e apresentações no pavilhão brasileiro montado para a Feira Mundial de Nova York. Carmen e seu grupo levariam uma amostra da cultura brasileira ao maior palco internacional da música, num momento em que diversas nações se reuniriam para mostrar ao mundo sua cultura e seus avanços tecnológicos. Opõem-se, então, Pedro Calmon – historiador da Academia Brasileira de Letras, expoente do classicismo erudito dos autores consagrados e seguidor do determinismo científico racista, herança do século XIX – e José Lins do Rego, um dos nomes do “romance de 30”, adepto da proposta modernista de subversão das letras nacionais e que se colocava como discípulo do “tradicionalismo regionalista” de Gilberto Freyre. Sob o contexto do Estado Novo, quando uma política nacionalista procurava conformar a unidade do país imprimindo uma identidade popular à nação, a polêmica põe em evidência diferentes matrizes explicativas da cultura brasileira.

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Biografia do Autor

Lucas André Gasparotto

Doutor em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Professor da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Florianópolis (SC). Autor do livro Uma torrente d’ais ou a alma nacional?: o fado em perspectiva identitária na discussão acerca da nação portuguesa (1878- 1904). Porto Alegre: EdiPUCRS, 2018. 

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Publicado

23-06-2021

Como Citar

Gasparotto, L. A. . (2021). “Da acrópole ao morro da Mangueira”: o afro-brasileirismo do samba na polêmica entre Pedro Calmon e José Lins do Rego (1939). ArtCultura, 23(42), 225–246. https://doi.org/10.14393/artc-v23-n42-2021-61862

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