A escrita como experiência de luta e resistência: Maria Archer

Autores

  • Maria Izilda Santos de Matos

DOI:

https://doi.org/10.14393/artc-v23-n42-2021-61857

Palavras-chave:

exílio, antissalazarismo, Maria Archer

Resumo

Este artigo focaliza o protagonismo feminino nas ações e lutas de oposição ao salazarismo, destacando a trajetória e obra de Maria Archer. Para tanto, recupera o contexto, trajetória de vida e produção de Archer em Portugal, em particular as ações de censura às suas obras; na sequência, analisa a atuação e obras produzidas nos anos de exílio em São Paulo (1955-1979). A pesquisa realizada valorizou uma diversidade de fontes e referências: a documenta- ção da Pide (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), o acervo da Torre do Tombo e da Fundação Mário Soares (em Portugal), do Deops/SP (Departamento Estadual de Ordem Política e Social), textos literários, cartas, fotografias, entrevistas, crônicas, imprensa, priorizando os escritos de Maria Archer no exílio.

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Biografia do Autor

Maria Izilda Santos de Matos

Doutora em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP) e livre-docente pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora do Programa de Estudos Pós-graduados em História da PUC-SP. Pesquisadora do CNPq. Autora, entre outros livros, de Portugueses: deslocamentos, experiências e cotidiano – São Paulo, séculos XIX e XX. Bauru: Edusc, 2013. 

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Publicado

2021-06-23

Como Citar

Santos de Matos, M. I. . (2021). A escrita como experiência de luta e resistência: Maria Archer. ArtCultura, 23(42), 154–174. https://doi.org/10.14393/artc-v23-n42-2021-61857

Edição

Seção

Dossiê: História social da literatura