Arte anarquista no pós-Segunda Guerra: The Living Theatre e Laboratório de Ensaios

Autores

  • Cláudia Tolentino Gonçalves Felipe

DOI:

https://doi.org/10.14393/artc-v22-n40-2020-56965

Palavras-chave:

arte anarquista, The Living Theatre, Laboratório de Ensaios

Resumo

Por meio de dois movimentos artísticos ocorridos no pós-Segunda Guerra (The Living Theatre e Laboratório de Ensaios), este artigo analisa a maneira como os anarquistas promoveram ações de transgressão e de experimentação da utopia anárquica. As práticas artísticas permitiram a construção de um campo de experimentação no qual as ideias libertárias poderiam ser efetivadas, vivenciadas e propagadas, minando os desdobramentos e valores associados à guerra, como trevas, fronteiras e individualismo. Essa concepção de arte, fundamentada na aliança entre estética e vida, não partiu de uma elaboração exclusivamente anarquista, mas foi apropriada pelos militantes como forma de combate à alienação e ao autoritarismo da sociedade vigente. A estética, com seu inesgotável potencial para instruir e incentivar a ação, tornou-se uma ferramenta de estímulo da sensibilidade libertária.

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Biografia do Autor

Cláudia Tolentino Gonçalves Felipe

Doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

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Publicado

2020-06-10

Como Citar

Tolentino Gonçalves Felipe, C. . (2020). Arte anarquista no pós-Segunda Guerra: The Living Theatre e Laboratório de Ensaios. ArtCultura, 22(40), 92–107. https://doi.org/10.14393/artc-v22-n40-2020-56965

Edição

Seção

Minidossiê: Teatro(s) & práticas artísticas