A leitura gráfica da cidade: o Rio de Janeiro na street comics Zé Ninguém
DOI:
https://doi.org/10.14393/artc-v21-n39-2019-52024Palavras-chave:
Quadrinhos, grafite, Rio de JaneiroResumo
Ao deixar Nova York e adotar o Rio de Janeiro em 2001, Tito na Rua decidiu utilizar-se do grafite para imprimir sua marca como novo morador do lugar. Criou a street comics Zé Ninguém, uma história em quadrinhos (HQ) cuja narrativa se desenvolve em paredes grafitadas pela cidade. O personagem-título vive suas aventuras enquanto percorre paredes e vielas do Rio de Janeiro, suscitando debates em torno das possibilidades de interlocução entre os procedimentos técnicos e visuais próprios de duas artes gráficas e urbanas como as HQs e o grafite. As relações entre arte urbana e apreensão do espaço público, leitura de arte como leitura da cidade e as soluções criativas a partir do diálogo intermídias serão pontos desenvolvidos ao longo deste texto, tendo por base um olhar que historiciza as práticas de olhar e se interroga sobre o papel das artes na experiência de cidade.
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