A política da catástrofe: melancolia e despolitização da história na obra de W. G. Sebald
DOI:
https://doi.org/10.14393/artc-v20-n37-2018-47242Resumo
Sintomas da inflexão melancólica que domina as artes da memória no fim do século XX, as narrativas do escritor alemão W. G Sebald se assemelham a um registro inesgotável das devastações causadas ou sofridas pela espécie humana. Nenhum progresso, senão no aperfeiçoamento das ferramentas de destruição; nenhum sentido, exceto no eterno retorno do desastre que faz do infortúnio a característica de uma “espécie desesperada”. Mas o quão é bom exumar os traços das vítimas da história se é impossível esperar acabar com a violência por elas sofrida? Por que ressuscitar os oprimidos cuja história apenas repete a derrota irreparável? Examinando o diálogo continuo entre a obra de Sebald e as teses “sobre o conceito de história” (1940), de Walter Benjamin, este artigo demonstra os riscos de despolitização de uma filosofia fundada no valor revolucionário da memória dos vencidos e tenta, portanto, esclarecer a tensão entre ética e política que atravessa um grande número de produções memoriais contemporâneas.
palavras clave: Sebald; melancolia; despolitização.
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