A política da catástrofe: melancolia e despolitização da história na obra de W. G. Sebald

Autores

  • Raphaëlle Guidée

DOI:

https://doi.org/10.14393/artc-v20-n37-2018-47242

Resumo

Sintomas da inflexão melancólica que domina as artes da memória no fim do século XX, as narrativas do escritor alemão W. G Sebald se assemelham a um registro inesgotável das devastações causadas ou sofridas pela espécie humana. Nenhum progresso, senão no aperfeiçoamento das ferramentas de destruição; nenhum sentido, exceto no eterno retorno do desastre que faz do infortúnio a característica de uma “espécie desesperada”. Mas o quão é bom exumar os traços das vítimas da história se é impossível esperar acabar com a violência por elas sofrida? Por que ressuscitar os oprimidos cuja história apenas repete a derrota irreparável? Examinando o diálogo continuo entre a obra de Sebald e as teses “sobre o conceito de história” (1940), de Walter Benjamin, este artigo demonstra os riscos de despolitização de uma filosofia fundada no valor revolucionário da memória dos vencidos e tenta, portanto, esclarecer a tensão entre ética e política que atravessa um grande número de produções memoriais contemporâneas.

palavras clave: Sebald; melancolia; despolitização.

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Biografia do Autor

Raphaëlle Guidée

Doutora em Literatura Comparada pela Université de Poitiers, na qual atua como maître de conférences. Autora, entre outros livros, de Mémoires de l´oubli: William Faulkner, Joseph Roth, Georges Perec et W. G. Sebald. Paris: Classiques Garnier, 2017. Raphaelle.

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Publicado

2018-12-12

Como Citar

Guidée, R. (2018). A política da catástrofe: melancolia e despolitização da história na obra de W. G. Sebald. ArtCultura, 20(37), 83–94. https://doi.org/10.14393/artc-v20-n37-2018-47242

Edição

Seção

Além-Brasil