Entrevista com Silvio Tendler

Autores

  • Eduardo Morettin
  • Mônica Almeida Kornis

DOI:

https://doi.org/10.14393/ArtC-V20n36-2018-1-08

Resumo

Silvio Tendler (Rio de Janeiro, RJ, 1950) é cineasta, professor e historiador. Nos anos 1960 o cineclubismo foi a porta de entrada no universo do cinema. No início dos anos 1970 esteve no Chile governado por Allende, registrando em imagens os diferentes projetos populares estraçalhados pelo golpe de 1973. Viaja a Paris em 1972 para estudar cinema, onde participa de coletivo ligado à Chris Marker. Forma-se em História pela Universidade de Paris 7, escrevendo monografi a sobre cinema e história sob a supervisão de Marc Ferro. Obtém o título de mestre em 1976, com dissertação sobre a obra do cineasta holandês Joris Ivens. De volta ao Brasil, realiza, dentre outros trabalhos, Os anos JK, uma trajetória política (1980) e Jango (1984), documentários de grande sucesso de público. Diferentes personagens de nossa história política-cultural foram objeto de sua atenção, como, por exemplo, Carlos Marighella, Glauber Rocha, Milton Santos, Tancredo Neves e Josué de Castro. A articulação entre cinema e história ganha em Utopia e barbárie (2010) um esforço de síntese dos acontecimentos mais importantes ocorridos nos últimos cinquenta anos. Formou ao longo de sua trajetória, com mais de 70 fi lmes de curtas, médias e longas-metragens, um acervo riquíssimo de imagens e depoimentos sobre o mundo contemporâneo, material que cresce na medida em que inúmeros projetos cinematográfi cos e televisivos são concretizados, como é o caso de Militares da democracia: os militares que disseram não e Os advogados contra a ditadura: por uma questão de justiça, ambos de 2014. Recebeu inúmeros prêmios em reconhecimento à sua obra. Em 2011, recebeu o Notório Saber, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, instituição na qual iniciou a docência em 1979.

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Biografia do Autor

Eduardo Morettin

Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). Professor da Escola de Comunicações e Artes da USP. Pesquisador do CNPq. Autor, entre outros livros, de Humberto Mauro, cinema, história. São Paulo: Alameda, 2013.

Mônica Almeida Kornis

Doutora em Artes pela Universidade de São Paulo (USP). Autora, entre outros livros, de Cinema, televisão e história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

Referências

* Entrevista gravada no CPDoc

da Fundação Getúlio Vargas,

do Rio de Janeiro, em 10 de

novembro de 2015. Essa atividade

integrou o projeto de

pesquisa Cinema e história no

Brasil: estratégias discursivas

do documentário na construção

de uma memória sobre o

regime militar (Edital CNPq

Universal 14/2013). Maiores

informações disponíveis em

weebly.com/coletivo.html>.

Agradecemos a Ninna de Araújo

Carneiro Lima pela gravação,

a bolsista de iniciação científi ca

CNPq Erika Amaral Pereira

pela transcrição e Dora Rocha

pela edição da entrevista. Todas

as notas são de responsabilidade

dos entrevistadores.

Para uma compreensão geral

da obra de Tendler indicamos o

trabalho de BROOKEY, Márcia

Paterman. História e utopia: o cinema

de Silvio Tendler. Rio de

Janeiro: Iluminária Academia/

Editora Multifoco, 2010. No

site caliban.com.br há inúmeras

informações sobre o trabalho

do diretor. Dentre outros materiais,

foram consultadas as biografi

as disponíveis em

enciclopedia.itaucultural.org.

br/pessoa14524/silvio-tendler>

e

a/>. Acesso em 2 mar. 2018.

Trata-se de um programa de

televisão francês, apresentado

por Ferro, entre os anos 1989 e

Sobre Ferro ver KORNIS,

Mônica Almeida. Marc Ferro.

In: PARADA, Maurício (org.).

Os historiadores: clássicos da história:

de Ricoeur a Chartier. Rio

de Janeiro/Petrópolis: Vozes/

PUC-Rio, 2014.

Documentário de Marcel

Ophuls, lançado em 1969.

Filme de André Harris e Alain

de Sedouy realizado em 1972.

Sobre o fi lme, Marker e o cinema

realizado no Chile antes

do golpe de estado de 1973 ver

AGUIAR, Carolina Amaral de.

O cinema latino-americano de

Chris Marker. São Paulo: Alameda,

Parte signifi cativa do acervo

da Tupi está depositado na

Cinemateca Brasileira. No site

do Banco de Conteúdos Culturais

(www.bcc.gov.br/tupi)

é possível ter acesso a mais

de 120 horas de imagens históricas

de variados telejornais

da época, como Edição Extra,

Diário de São Paulo, Ultranotícias

e Repórter Esso.

Trata-se de No direction home:

Bob Dylan. 2005.

O projeto Arquivo Miroel

Silveira colocou para consulta

on-line os processos de censura,

acessíveis em

eca.usp.br/ams/>.

NAPOLITANO, Marcos. Nunca

é cedo para se fazer história:

o documentário Jango, de Silvio

Tendler. In: NAPOLITANO,

Marcos, MORETTIN e KORNIS,

Mônica Kornis (orgs.).

História e documentário. Rio de

Janeiro: Editora FGV, 2012.

Getúlio: glória e drama de

um povo (1956), de Alfredo

Palácios.

Marighella

guerrilheiro (2001).

em produção. O documentário

foi lançado em 2017.

On vous parle du Brésil: Carlos

Mariguela (1970).

Tradução:

ditado cubano que diz: o leite

da vaca, que mame o bezerro

Datado de 2017, a pedido do

entrevistado.

Movimento feminino carioca,

organizado em 1962, opôs-se

ao governo de João Goulart

e apoiou o golpe militar em

Para maiores informações

ver

acervo/dicionarios/verbetetematico/

campanha-da-mulher-

pela-democracia-camde>.

Acesso em 26 fev. 2018.

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Publicado

2018-10-22

Como Citar

Morettin, E., & Kornis, M. A. (2018). Entrevista com Silvio Tendler. ArtCultura, 20(36). https://doi.org/10.14393/ArtC-V20n36-2018-1-08

Edição

Seção

Dossiê História & Cinema