O Recife de Chico Vulgo e Jorge dü Peixe nos passos do break
DOI:
https://doi.org/10.14393/ArtC-V20n36-2018-1-04Resumo
Neste artigo o debate se centra no Recife da década de 1980, entendido não apenas como a urbe que serviu de palco e cenário para o MangueBit, mas como um espaço coletivo múltiplo que vivenciou a atmosfera política do pósditadura militar. No universo citadino recifense buscaremos captar a aventura da convivência e da produção cultural de certas parcelas dos jovens. Diante disso, encararemos dois desafi os. O primeiro consistirá em situar Chico Vulgo e Jorge dü Peixe imersos em uma grupalidade juvenil pautada no movimento hip hop. O segundo implicará a necessidade de traçar as trilhas básicas das cartografias culturais do Recife segundo as representações dos breakers.
Palavras-chave: Recife: anos 1980: breakers; Chico Vulgo e Jorge dü Peixe.
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Referências
CALVINO, Ítalo. As cidades invisíveis.
São Paulo: Companhia
das Letras, 1990, p. 30.
essas demarcações socioespaciais
urbanas podem resultar
tanto em um enfrentamento
político mais elaborado quanto
na mera contraposição de
estilos de vida, marcadas pelas
formas cotidianas de ritualizar
códigos de conduta
Rogério Proença. Contrausos
e espaço público: notas sobre a
construção social dos lugares
na Manguetown. Revista Brasileira
de Ciências Sociais, v. 17, n.
, fev. 2002, p. 130.
Virgínia Pontual realiza um
apanhado de alguns eventos
históricos de caráter político
e econômico do Recife que
remonta ao período colonial,
à dominação holandesa, e
confere ênfase às décadas de
e 1950, nas quais, para
a autora, se definiu a
cultural
cidade. Ela menciona, então,
as construções do sistema de
canais, o Jardim Botânico, as
pontes, o Palácio da Boa Vista,
tidos como
urbanísticos
a representação de
da liberdade
um sentimento de ufanismo,
destemor e audácia, em contraposição
à natureza
característica do Brasil colonial.
PONTUAL, Virgínia. Tempos
do Recife: representações culturais
e confi gurações urbanas.
Revista Brasileira de História, v.
, n. 42, São Paulo, 2001.
Cf. idem, Uma cidade e dois
prefeitos: narrativas do Recife
das décadas de 1930 a 1950.
Recife: Editora Universitária
da UFPE, 2001.
Segundo Virgínia Pontual, o
crescimento demográfico do
Recife entre 1940-1950 e 1950-
foi respectivamente, de
,6% e 51,9%. Idem, Tempos
do Recife, op. cit.
Tomamos o termo periferização
como uma constatação dos
processos intensos de urbanização
verifi cados no Brasil nas
últimas seis décadas. Isso, evidentemente,
é resultado de um
desenvolvimento econômicosocial
desigual que converte a
periferia em habitat do exército
de reserva que sustenta o modelo
econômico vigente. Cf.
BORGES, William Antônio e
ROCHA, Márcio Mendes. A
compreensão do processo de
periferização urbana no Brasil
por meio da mobilidade centrada
no trabalho. Geografi a, v. 29,
n. 3, Rio Claro, set.- dez. 2004.
Chico Science & Nação Zumbi.
CD Da lama ao caos. Chaos/
Sony, 1994.
CASTRO, Josué de. Geografi a
da fome
pão ou aço. 14. ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2001.
Lembramos que há certo consenso
entre os especialistas em
hip hop quanto à origem do termo.
Como explicam Rocha, Domenich
e Casseano,
hip hop, que signifi ca, numa
tradução literal, movimentar
os quadris (to hip, em inglês) e
saltar (to hop), foi criado pelo
DJ Afrikaa Bambaataa, em
, para nomear os encontros
dos dançarinos de break, DJs
(disc-jóqueis) e MCs (mestres
de cerimônias) nas festas de rua
no bairro do Bronx, em Nova
York. Bambaataa percebeu
que a dança seria uma forma
efi ciente e pacífi ca de expressar
os sentimentos de revolta e
de exclusão, uma maneira de
diminuir as brigas de gangues
do gueto e, consequentemente,
o clima de violência
Janaína, DOMENICH, Mirella e
CASSEANO, Patrícia. Hip Hop:
a periferia grita. São Paulo: Perseu
Abramo, 2001, p. 17.
CASTRO, Josué de. Homens e
caranguejos. 4. ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2010.
Ver o Manifesto surrealista,
de 1924. In: BRETON, André.
Manifestos do surrealismo. São
Paulo: Brasiliense, 1985.
Disponível em
itaucultural.org.
br/pessoa21706/abelardo-dahora>.
CASTRO, Josué de. Homens
e caranguejos, op. cit., p. 10 e 11.
Figura antropozoomórfica
concebida pelo DJ e designer
gráfi co Hélder Aragão de Melo
(DJ Dolores), contida no encarte
do CD Da lama ao caos, op. cit. A
gravura simboliza um ser humano
habitante de Recife que,
após ingerir cerveja feita com
água da baba de um caranguejo
mutante radioativo, adquiriu
essa forma. Porém, ela remete,
propositalmente, ao caboclo de
lança (fi gura principal do maracatu
rural pernambucano), com
sua volumosa cabeleira de ráfi a
colorida.
Caranguejos com cérebro foi
um release sobre a cena musical
que estava despontando em
Recife, escrito por Fred 04 e
Renato L em 1991 e publicado
neste mesmo ano na imprensa
pernambucana e no encarte
do CD Da lama ao caos, op. cit.
A imprensa local o identifi cou
como um manifesto, daí ele ter
fi cado conhecido como Manifesto
caranguejos com cérebro.
IBGE. Sinopse do Censo Demográfico
Brasileiro de 2010.
Disponível em
ibge.gov.br/sinopse/
index.php?uf=26&dados=1>.
Acesso em 12 maio 2016.
Esse documento condensa
uma leitura social das mortes
violentas de jovens brasileiros
conforme a Base de Dados
Nacional do Sistema de Informações
da Mortalidade (SIM),
do Datasus, do Ministério da
Saúde, para as faixas etárias
de 15 a 24 anos e para o conjunto
da população. O Mapa
da violência IV utiliza dados
de 1993 a 2002. Disponível em
pt/brasilia/about-this-office/
unesco-resources-in-brazil/
studies-and-evaluations/violence/
violence-map/>. Acesso
em 10 maio 2016.
Nela se expressa um ambiente
a articulação entre o global e o
local. García-Canclini sugere
que o palco privilegiado do
processo de glocalização seria
a cidade:
histórica e da cidade industrial,
existe a cidade globalizada, que
se conecta com as redes mundiais
da economia, finanças
e comunicações
Néstor. Glocalize:
o local globalizado. In: Consumidores
e cidadãos: confl itos
multiculturais da globalização.
Rio de Janeiro: Editora UFRJ,
, p. 109.
A complexidade da questão
transparece nas observações
formuladas por Helena Abramo:
socialmente variável. A defi nição
do tempo de duração, dos
conteúdos e signifi cados sociais
desses processos modifi ca-se
de sociedade para sociedade e,
na mesma sociedade, ao longo
do tempo e através das suas
divisões internas. Além disso,
é somente em algumas formações
sociais que a juventude se
configura como um período
destacado, ou seja, aparece
como uma categoria com visibilidade
social
Helena Wendel. Cenas juvenis:
punks e darks no espetáculo
urbano. São Paulo: Página
Aberta, 1994, p. 1.
LEVI, Giovanni e SCHMITT,
Jean-Claude (orgs.). História
dos jovens: da antiguidade à era
moderna, v. 1. São Paulo: Companhia
das Letras, 1996, p. 8.
De mais a mais, como analisa
Hobsbawm, a juventude que
identifi camos como faixa etária
é, na realidade, uma elaboração
do pós-Segunda Guerra em
determinadas circunstâncias
históricas. Cf. HOBSBAWM,
Eric. Revolução cultural. In: Era
dos extremos: o breve século XX
(1914-1991) São Paulo: Companhia
das Letras, 1994.
ALVIM, Rosilene e GOUVEIA,
Patrícia (orgs.). Juventude
anos 90. Rio de Janeiro: Contra
Capa, 2000, p. 14.
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uma aproximación conceptual.
In: BURAK, Solum
Donas. Adolescencia y juventude
en América Latina. Cartago:
Libro Universitário Regional,
, p. 42.
MAFFESOLI, Michel. O tempo
das tribos: o declínio do individualismo
nas sociedades de
massa. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 1987, p.124.
BURAK, Solum Donas. Adolescencia
y juventud: viejos y
nuevos desafi os en los albores
del nuevo milênio. In: BURAK,
Solum Donas (org.), op. cit.,
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DAMASCENO, Francisco
José Gomes. Sutil diferença: o
movimento punk e o movimento
hip hop em Fortaleza
mistos no universo citadino contemporâneo.
Tese (Doutorado
em História)
Paulo, 2004, p. 39.
ALVES, Adjair. O rap é uma
guerra e eu sou o gladiador: um estudo
etnográfi co sobre as práticas
sociais dos jovens hoperes e suas
representações sobre a violência e
a criminalidade. Tese (Doutorado
em Antropologia)
Recife, 2008.
Pensada nesses termos, a política,
como sustenta Paranhos,
transpõe a barreira dos marcos
meramente institucionais que
a vinculam ao Estado. Ela se
inscreve nas relações de poder
que se manifestam onde quer
que se estabeleçam relações
sociais. Cf. PARANHOS, Adalberto.
Política e cotidiano: as
mil e uma faces do poder. In:
MARCELLINO, Nelson C.
Introdução às Ciências Sociais. 17.
ed. Campinas: Papirus, 2010.
SHUSTERMAN, Richard.
Vivendo a arte: o pensamento
pragmatista e a estética popular.
São Paulo: Editora 34,
, p. 207.
Tricia Rose argumenta que
como fonte de formação de
uma identidade alternativa e de
status social para jovens numa
comunidade, cujas antigas instituições
locais de apoio foram
destruídas, bem como outros
setores importantes. A identidade
do hip hop está profundamente
arraigada à experiência
local e específi ca e ao apego de
um status em um grupo local
ou família alternativa. Esses
grupos formam um novo tipo
de família, forjada a partir de
um vínculo intercultural que,
a exemplo das formações das
gangues, promovem isolamento
e segurança em um ambiente
complexo e infl exível
Tricia. Um estilo que ninguém
segura: política, estilo e a cidade
pós-industrial no hip-hop.
In: HERSCHMANN, Micael
(org.). Abalando os anos 90:
punk e hip-hop
violência e estilo cultural. Rio
de Janeiro: Rocco, 1997, p. 202.
GARCÍA-CANCLINI, Néstor.
Consumidores e cidadãos, op.
cit., p. 46.
Entrevista concedida por
Zé Brown a este pesquisador
no Recife em 10 fev. 2012. Zé
Brown é rapper, arte- educador
e cabeleireiro. Durante alguns
anos foi vocalista da banda de
rap Faces do Subúrbio. Atualmente
apresenta-se em carreira
solo. A comunidade citada por
ele é do Morro do Alto Zé do
Pinho.
Entrevista concedida por Fábio
de Morais Luna (DJ Spider)
a este pesquisador no Recife em
jan. 2015.
MAGNANI, José Guilherme
Cantor. Festa no pedaço: cultura
popular e lazer na cidade. São
Paulo: Brasiliense, 1984, p. 139.
Projetar-se, aqui, não remete
necessariamente a algum
reconhecimento midiático.
Como anotou Damasceno,
encontrarem, de treinarem e
se prepararem para dançar
com maestria, desaguavam
nos bailes realizados nos fi nais
de semana. Neles as gangues
em processo de criação se consolidavam
em uma espécie de
reconhecimento dos pares entre
si, mas, sobretudo, dos jovens
de cada um destes bairros.
Eles se tornavam conhecidos e
respeitados
Francisco José Gomes, op. cit.,
p. 62.
Palavras contidas na canção
Science), Chico Science & Nação
Zumbi. CD Da lama ao caos,
op. cit.
COELHO, Teixeira. O que é
ação cultural? São Paulo: Brasiliense,
, p. 16.
TELES, José. Do frevo ao manguebeat.
São Paulo: Editora 34,
, p. 225.
Entrevista concedida por
Renato L a este pesquisador no
Recife em 18 jan. 2006.
Expressão utilizada pelo jornalista
e crítico musical Arthur
Dapieve em sua obra homônima.
DAPIEVE, Arthur. BRock: o
rock brasileiro dos anos 80. São
Paulo: Editora 34, 1995
Entre os artistas
estavam Abdias, Reginaldo
Rossi, Moreira da Silva,
Raul de Barros. Informação
disponível em
toque-musicall.com/?cat=334>.
Acesso em 22 fev. 2017.
RIBEIRO, Getúlio. Do tédio ao
caos, do caos à lama: os primeiros
capítulos da cena musical mangue
(Mestrado em História)
Uberlândia, 2007, p. 127.
Science & Nação Zumbi), Chico
Science & Nação Zumbi. CD
Afrociberdelia. Chaos/Sony,
Ver RIBEIRO, Getúlio, op. cit.
Segundo o Mapa da violência
publicado em 2012, a taxa de
homicídios em Pernambuco,
principalmente na Grande Região
Metropolitana, girava em
torno de 54 mortes para cada
mil habitantes, apresentando
um crescimento médio
de 4,7% ao ano. Esses números
se referem especialmente aos
anos de 1980 a 1994. Cf. WAISELFISZ,
Julio Jacobo. Mapa
da violência 2012: a cor dos
homicídios no Brasil. Rio de
Janeiro-Brasília: Cebela/Flacso/
Seppir-PR, 2012.
Exemplo disso se acha, entre
muitos outros, em ALVES,
Adjair, op. cit., e CAMARGOS,
Roberto. Rap e política: percepções
da vida social brasileira.
São Paulo: Boitempo, 2015.
Ver ROSE, Tricia, op. cit.
Ver, a propósito, o depoimento
pessoal de BERMAN,
Marshall. Nova Iorque chamando.
ArtCultura: Revista de
História, Cultura e Arte, v. 11,
n. 18, Uberlândia, jan.-jun. 2009.
Para a análise de outros fatores
que estiveram na raiz do
hip hop nos EUA, ver também
BARRETO, Silvia Gonçalves
Paes. Hip hop na Região Metropolitana
do Recife: identifi cação,
expressão cultural e visibilidade.
Dissertação (Mestrado em Sociologia)
Lourenço da Fonseca Barbosa,
ou simplesmente Capiba,
nasceu em Surubim, Pernambuco,
em 1904, e faleceu no
Recife em 1997. Foi compositor,
folclorista, arranjador, historiador
e cronista. Notabilizou-se,
acima de tudo, com a criação
de frevos para o carnaval pernambucano.
patrimônio cultural do estado.
Cf. SALDANHA, Leonardo
Vilaça. Frevendo no Recife: a
música popular urbana do Recife e
sua consolidação através do rádio.
Tese (Doutorado em Música)
Unicamp, Campinas, 2008.
Entrevista concedida por
Fábio de Morais Luna (DJ Spider),
op. cit.
Fábio de Morais Luna ou DJ
Spider é tido por muitos praticantes
do break no Recife como
o fundador do movimento na
capital pernambucana. Colecionou
diversos títulos nas disputas
de dançarinos ao longo da
sua carreira como breaker nos
anos 1980 e 1990. Atualmente
é funcionário do Banco Santander
e organizador de festivais
de break em todo o Brasil.
Em nossa pesquisa acerca do
MangueBit, que se estende de
até esta data, constatamos
que, mesmo que os artífices
não sejam oriundos da capital,
a cidade é vivenciada como
um palco de possibilidades de
alavancar suas carreiras artísticas,
como aconteceu com Chico
Science & Nação Zumbi (apenas
o guitarrista Lúcio Maia era
do Recife, enquanto, o restante
da banda era proveniente de
Olinda). Isso se verifi cou igualmente
com o Mundo Livre
S/A: a banda era integrada por
músicos de Jaboatão dos Guararapes.
Cf. NASCIMENTO,
Francisco Gerardo Cavalcante
do. MangueBit: diversidade na
indústria fonográfica brasileira
na década de 1990. Dissertação
(Mestrado em História)
Fortaleza, 2011.
Notadamente o LP Break time.
RGE, 1984.
Beat street: loucura do ritmo.
EUA, 1984. Dir.: Stan Lathan.
Orion. Break dance: breakin.
EUA, 1984. Dir.: Joel Silberg.
Cannon Group/Golan Globus.
Cf. ROSE, Tricia, op.cit., p.
-195.
Partido alto. Brasil, 1984. Rede
Globo de Televisão. Dir.: RobertoTalma,
Jayme Monjardim,
Carlos Magalhães, Luís Antônio
Piá e Helmar Sérgio. Disponivel
em
globo.com/programas/entretenimento/
novelas/partido-alto/
galeria-de-personagens.htm>.
Acesso em 27 set. 2017.
(Dona Yvone Lara e Jorge Aragão),
Sandra de Sá. LP Partido
alto
Foram elas Recife City Breakers,
Legião Hip Hop, The Dragons,
Banana Breakers, UBI,
Rádio Break CIA, Rock Master
Crew e Geração Camaragibe.
Na realidade, trata-se do
disco Soweto/Zulu
bomb, de Malcom McLarem,
gravado pela Southern African
Music em 1983.
v
Exemplo é o CD da banda
Mundo Livre S/A, Combat samba.
Deck Disc, 2008.
São elas:
uma questão de classe
Science), Chico Science &
Nação Zumbi. CD Da lama ao
caos, op. cit.,
overdrives
Chico Science & Nação Zumbi.,
idem, e
Chico Science & Nação Zumbi.
CD Afrociberdelia, op. cit.
Consideramos o termo adequado
à poética e ao tom crítico
injetado nas vozes da rap music.
Em linhas gerais, o historiador
Roberto Camargos sustenta
que o rap exprime, em larga
medida, a consciência crítica
da periferia para a periferia.
um brado antirracista, atento às
difi culdades enfrentadas pelos
negros brasileiros no dia a dia
(até porque seus autores também
as vivenciam).
Roberto Camargos de.
Periferia com o poder da palavra:
a poética dos rappers brasileiros.
Tese (Doutorado em História)
Idem, ibidem, p. 30.
BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas
III: Charles Baudelaire,
um lírico no auge do capitalismo:
São Paulo. Brasiliense,
, p. 35.
ZUMTHOR, Paul. Performance,
recepção e leitura. São Paulo:
Cosac Naify, 2014, p. 30.
OLIVEIRA, Roberto Camargos
de, op. cit., p. 31.
O Population Crisis Commitee,
sediado em Washington
(EUA), caracterizou Recife
como a quarta pior cidade do
mundo para se viver, levando
em conta, entre outros indicadores,
dados como o alto índice
de violência urbana per capita
(o maior do Brasil), altas taxas
de desemprego, insufi ciência
de saneamento básico e condições
precárias de moradia
para a maioria da população.
Cf. informação disponível
em
node/573872>. Acesso em 27
set. 2017.
A ideia de uma palavra escrita
ser transcendida pela
vocalidade se afina com as
proposições de Zumthor, para
quem a voz não é meramente
uma palavra escrita oralizada.
Ela põe em circulação uma
ação oral-auditiva num jogo
em que a sonoridade, o ritmo
e os elementos visuais convidam
o leitor (ou o ouvinte)
não somente para a leitura (ou
a audição), mas também para
interagir corporalmente com
a obra. Cf. ZUMTHOR, Paul.
A letra e a voz: a
São Paulo: Companhia
das Letras, 1993. Nessa linha de
preocupação, ver PARANHOS,
Adalberto. A música popular e
a dança dos sentidos: distintas
faces do mesmo. ArtCultura, n.
, Uberlândia, jul.-dez. 2004.
Neste artigo são analisados
registros fonográfi cos em que
a interpretação (quer vocal
ou instrumental) empresta
sentidos diferentes a canções,
que, de resto, são artefatos
culturais que não carregam
em si mesmos significados
unívocos, congelados no tempo
e no espaço.
Trecho inicial de
no mundo livre
Science, Dengue, Lucio Maia,
Gira, Jorge dü Peixe e Pupilo),
Chico Science & Nação Zumbi.
CD Afrociberdelia, op. cit.
Fonte: Arquivo pessoal do DJ
Elcy Oliveira.
Entrevista concedida por Fábio
de Morais Luna (DJSpider)
a este pesquisador, op. cit.
Magnani caracteriza o pedaço
como
entre o privado (a casa)
e o público, onde se desenvolve
uma sociabilidade básica, mais
ampla do que a fundada nos
laços familiares, porém mais
densa, significativa e estável
do que as relações formais e
individualizadas impostas pela
sociedade
Guilherme Cantor. Os circuitos
dos jovens urbanos. Tempo
Social: Revista de Sociologia
da USP, v. 17, n. 2, São Paulo,
, p. 178.
Idem.
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