O Recife de Chico Vulgo e Jorge dü Peixe nos passos do break

Autores

  • Francisco Gerardo Cavalcante do Nascimento

DOI:

https://doi.org/10.14393/ArtC-V20n36-2018-1-04

Resumo

Neste artigo o debate se centra no Recife da década de 1980, entendido não apenas como a urbe que serviu de palco e cenário para o MangueBit, mas como um espaço coletivo múltiplo que vivenciou a atmosfera política do pósditadura militar. No universo citadino recifense buscaremos captar a aventura da convivência e da produção cultural de certas parcelas dos jovens. Diante disso, encararemos dois desafi os. O primeiro consistirá em situar Chico Vulgo e Jorge dü Peixe imersos em uma grupalidade juvenil pautada no movimento hip hop. O segundo implicará a necessidade de traçar as trilhas básicas das cartografias culturais do Recife segundo as representações dos breakers.

Palavras-chave: Recife: anos 1980: breakers; Chico Vulgo e Jorge dü Peixe.

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Biografia do Autor

Francisco Gerardo Cavalcante do Nascimento

Mestre em História e Culturas pela Universidade Estadual do Ceará (Uece). Doutorando em História pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Co-organizador do livro Nos caminhos da vida de Siqueira de Amorim. Campina Grande: EdUFCG, 2012.

Referências

CALVINO, Ítalo. As cidades invisíveis.

São Paulo: Companhia

das Letras, 1990, p. 30.

essas demarcações socioespaciais

urbanas podem resultar

tanto em um enfrentamento

político mais elaborado quanto

na mera contraposição de

estilos de vida, marcadas pelas

formas cotidianas de ritualizar

códigos de conduta

Rogério Proença. Contrausos

e espaço público: notas sobre a

construção social dos lugares

na Manguetown. Revista Brasileira

de Ciências Sociais, v. 17, n.

, fev. 2002, p. 130.

Virgínia Pontual realiza um

apanhado de alguns eventos

históricos de caráter político

e econômico do Recife que

remonta ao período colonial,

à dominação holandesa, e

confere ênfase às décadas de

e 1950, nas quais, para

a autora, se definiu a

cultural

cidade. Ela menciona, então,

as construções do sistema de

canais, o Jardim Botânico, as

pontes, o Palácio da Boa Vista,

tidos como

urbanísticos

a representação de

da liberdade

um sentimento de ufanismo,

destemor e audácia, em contraposição

à natureza

característica do Brasil colonial.

PONTUAL, Virgínia. Tempos

do Recife: representações culturais

e confi gurações urbanas.

Revista Brasileira de História, v.

, n. 42, São Paulo, 2001.

Cf. idem, Uma cidade e dois

prefeitos: narrativas do Recife

das décadas de 1930 a 1950.

Recife: Editora Universitária

da UFPE, 2001.

Segundo Virgínia Pontual, o

crescimento demográfico do

Recife entre 1940-1950 e 1950-

foi respectivamente, de

,6% e 51,9%. Idem, Tempos

do Recife, op. cit.

Tomamos o termo periferização

como uma constatação dos

processos intensos de urbanização

verifi cados no Brasil nas

últimas seis décadas. Isso, evidentemente,

é resultado de um

desenvolvimento econômicosocial

desigual que converte a

periferia em habitat do exército

de reserva que sustenta o modelo

econômico vigente. Cf.

BORGES, William Antônio e

ROCHA, Márcio Mendes. A

compreensão do processo de

periferização urbana no Brasil

por meio da mobilidade centrada

no trabalho. Geografi a, v. 29,

n. 3, Rio Claro, set.- dez. 2004.

Chico Science & Nação Zumbi.

CD Da lama ao caos. Chaos/

Sony, 1994.

CASTRO, Josué de. Geografi a

da fome

pão ou aço. 14. ed. Rio de Janeiro:

Civilização Brasileira, 2001.

Lembramos que há certo consenso

entre os especialistas em

hip hop quanto à origem do termo.

Como explicam Rocha, Domenich

e Casseano,

hip hop, que signifi ca, numa

tradução literal, movimentar

os quadris (to hip, em inglês) e

saltar (to hop), foi criado pelo

DJ Afrikaa Bambaataa, em

, para nomear os encontros

dos dançarinos de break, DJs

(disc-jóqueis) e MCs (mestres

de cerimônias) nas festas de rua

no bairro do Bronx, em Nova

York. Bambaataa percebeu

que a dança seria uma forma

efi ciente e pacífi ca de expressar

os sentimentos de revolta e

de exclusão, uma maneira de

diminuir as brigas de gangues

do gueto e, consequentemente,

o clima de violência

Janaína, DOMENICH, Mirella e

CASSEANO, Patrícia. Hip Hop:

a periferia grita. São Paulo: Perseu

Abramo, 2001, p. 17.

CASTRO, Josué de. Homens e

caranguejos. 4. ed. Rio de Janeiro:

Civilização Brasileira, 2010.

Ver o Manifesto surrealista,

de 1924. In: BRETON, André.

Manifestos do surrealismo. São

Paulo: Brasiliense, 1985.

Disponível em

itaucultural.org.

br/pessoa21706/abelardo-dahora>.

CASTRO, Josué de. Homens

e caranguejos, op. cit., p. 10 e 11.

Figura antropozoomórfica

concebida pelo DJ e designer

gráfi co Hélder Aragão de Melo

(DJ Dolores), contida no encarte

do CD Da lama ao caos, op. cit. A

gravura simboliza um ser humano

habitante de Recife que,

após ingerir cerveja feita com

água da baba de um caranguejo

mutante radioativo, adquiriu

essa forma. Porém, ela remete,

propositalmente, ao caboclo de

lança (fi gura principal do maracatu

rural pernambucano), com

sua volumosa cabeleira de ráfi a

colorida.

Caranguejos com cérebro foi

um release sobre a cena musical

que estava despontando em

Recife, escrito por Fred 04 e

Renato L em 1991 e publicado

neste mesmo ano na imprensa

pernambucana e no encarte

do CD Da lama ao caos, op. cit.

A imprensa local o identifi cou

como um manifesto, daí ele ter

fi cado conhecido como Manifesto

caranguejos com cérebro.

IBGE. Sinopse do Censo Demográfico

Brasileiro de 2010.

Disponível em

ibge.gov.br/sinopse/

index.php?uf=26&dados=1>.

Acesso em 12 maio 2016.

Esse documento condensa

uma leitura social das mortes

violentas de jovens brasileiros

conforme a Base de Dados

Nacional do Sistema de Informações

da Mortalidade (SIM),

do Datasus, do Ministério da

Saúde, para as faixas etárias

de 15 a 24 anos e para o conjunto

da população. O Mapa

da violência IV utiliza dados

de 1993 a 2002. Disponível em

pt/brasilia/about-this-office/

unesco-resources-in-brazil/

studies-and-evaluations/violence/

violence-map/>. Acesso

em 10 maio 2016.

Nela se expressa um ambiente

a articulação entre o global e o

local. García-Canclini sugere

que o palco privilegiado do

processo de glocalização seria

a cidade:

histórica e da cidade industrial,

existe a cidade globalizada, que

se conecta com as redes mundiais

da economia, finanças

e comunicações

Néstor. Glocalize:

o local globalizado. In: Consumidores

e cidadãos: confl itos

multiculturais da globalização.

Rio de Janeiro: Editora UFRJ,

, p. 109.

A complexidade da questão

transparece nas observações

formuladas por Helena Abramo:

socialmente variável. A defi nição

do tempo de duração, dos

conteúdos e signifi cados sociais

desses processos modifi ca-se

de sociedade para sociedade e,

na mesma sociedade, ao longo

do tempo e através das suas

divisões internas. Além disso,

é somente em algumas formações

sociais que a juventude se

configura como um período

destacado, ou seja, aparece

como uma categoria com visibilidade

social

Helena Wendel. Cenas juvenis:

punks e darks no espetáculo

urbano. São Paulo: Página

Aberta, 1994, p. 1.

LEVI, Giovanni e SCHMITT,

Jean-Claude (orgs.). História

dos jovens: da antiguidade à era

moderna, v. 1. São Paulo: Companhia

das Letras, 1996, p. 8.

De mais a mais, como analisa

Hobsbawm, a juventude que

identifi camos como faixa etária

é, na realidade, uma elaboração

do pós-Segunda Guerra em

determinadas circunstâncias

históricas. Cf. HOBSBAWM,

Eric. Revolução cultural. In: Era

dos extremos: o breve século XX

(1914-1991) São Paulo: Companhia

das Letras, 1994.

ALVIM, Rosilene e GOUVEIA,

Patrícia (orgs.). Juventude

anos 90. Rio de Janeiro: Contra

Capa, 2000, p. 14.

MARGULIS, Mario. Juventud:

uma aproximación conceptual.

In: BURAK, Solum

Donas. Adolescencia y juventude

en América Latina. Cartago:

Libro Universitário Regional,

, p. 42.

MAFFESOLI, Michel. O tempo

das tribos: o declínio do individualismo

nas sociedades de

massa. Rio de Janeiro: Forense

Universitária, 1987, p.124.

BURAK, Solum Donas. Adolescencia

y juventud: viejos y

nuevos desafi os en los albores

del nuevo milênio. In: BURAK,

Solum Donas (org.), op. cit.,

p. 27.

DAMASCENO, Francisco

José Gomes. Sutil diferença: o

movimento punk e o movimento

hip hop em Fortaleza

mistos no universo citadino contemporâneo.

Tese (Doutorado

em História)

Paulo, 2004, p. 39.

ALVES, Adjair. O rap é uma

guerra e eu sou o gladiador: um estudo

etnográfi co sobre as práticas

sociais dos jovens hoperes e suas

representações sobre a violência e

a criminalidade. Tese (Doutorado

em Antropologia)

Recife, 2008.

Pensada nesses termos, a política,

como sustenta Paranhos,

transpõe a barreira dos marcos

meramente institucionais que

a vinculam ao Estado. Ela se

inscreve nas relações de poder

que se manifestam onde quer

que se estabeleçam relações

sociais. Cf. PARANHOS, Adalberto.

Política e cotidiano: as

mil e uma faces do poder. In:

MARCELLINO, Nelson C.

Introdução às Ciências Sociais. 17.

ed. Campinas: Papirus, 2010.

SHUSTERMAN, Richard.

Vivendo a arte: o pensamento

pragmatista e a estética popular.

São Paulo: Editora 34,

, p. 207.

Tricia Rose argumenta que

como fonte de formação de

uma identidade alternativa e de

status social para jovens numa

comunidade, cujas antigas instituições

locais de apoio foram

destruídas, bem como outros

setores importantes. A identidade

do hip hop está profundamente

arraigada à experiência

local e específi ca e ao apego de

um status em um grupo local

ou família alternativa. Esses

grupos formam um novo tipo

de família, forjada a partir de

um vínculo intercultural que,

a exemplo das formações das

gangues, promovem isolamento

e segurança em um ambiente

complexo e infl exível

Tricia. Um estilo que ninguém

segura: política, estilo e a cidade

pós-industrial no hip-hop.

In: HERSCHMANN, Micael

(org.). Abalando os anos 90:

punk e hip-hop

violência e estilo cultural. Rio

de Janeiro: Rocco, 1997, p. 202.

GARCÍA-CANCLINI, Néstor.

Consumidores e cidadãos, op.

cit., p. 46.

Entrevista concedida por

Zé Brown a este pesquisador

no Recife em 10 fev. 2012. Zé

Brown é rapper, arte- educador

e cabeleireiro. Durante alguns

anos foi vocalista da banda de

rap Faces do Subúrbio. Atualmente

apresenta-se em carreira

solo. A comunidade citada por

ele é do Morro do Alto Zé do

Pinho.

Entrevista concedida por Fábio

de Morais Luna (DJ Spider)

a este pesquisador no Recife em

jan. 2015.

MAGNANI, José Guilherme

Cantor. Festa no pedaço: cultura

popular e lazer na cidade. São

Paulo: Brasiliense, 1984, p. 139.

Projetar-se, aqui, não remete

necessariamente a algum

reconhecimento midiático.

Como anotou Damasceno,

encontrarem, de treinarem e

se prepararem para dançar

com maestria, desaguavam

nos bailes realizados nos fi nais

de semana. Neles as gangues

em processo de criação se consolidavam

em uma espécie de

reconhecimento dos pares entre

si, mas, sobretudo, dos jovens

de cada um destes bairros.

Eles se tornavam conhecidos e

respeitados

Francisco José Gomes, op. cit.,

p. 62.

Palavras contidas na canção

Science), Chico Science & Nação

Zumbi. CD Da lama ao caos,

op. cit.

COELHO, Teixeira. O que é

ação cultural? São Paulo: Brasiliense,

, p. 16.

TELES, José. Do frevo ao manguebeat.

São Paulo: Editora 34,

, p. 225.

Entrevista concedida por

Renato L a este pesquisador no

Recife em 18 jan. 2006.

Expressão utilizada pelo jornalista

e crítico musical Arthur

Dapieve em sua obra homônima.

DAPIEVE, Arthur. BRock: o

rock brasileiro dos anos 80. São

Paulo: Editora 34, 1995

Entre os artistas

estavam Abdias, Reginaldo

Rossi, Moreira da Silva,

Raul de Barros. Informação

disponível em

toque-musicall.com/?cat=334>.

Acesso em 22 fev. 2017.

RIBEIRO, Getúlio. Do tédio ao

caos, do caos à lama: os primeiros

capítulos da cena musical mangue

(Mestrado em História)

Uberlândia, 2007, p. 127.

Science & Nação Zumbi), Chico

Science & Nação Zumbi. CD

Afrociberdelia. Chaos/Sony,

Ver RIBEIRO, Getúlio, op. cit.

Segundo o Mapa da violência

publicado em 2012, a taxa de

homicídios em Pernambuco,

principalmente na Grande Região

Metropolitana, girava em

torno de 54 mortes para cada

mil habitantes, apresentando

um crescimento médio

de 4,7% ao ano. Esses números

se referem especialmente aos

anos de 1980 a 1994. Cf. WAISELFISZ,

Julio Jacobo. Mapa

da violência 2012: a cor dos

homicídios no Brasil. Rio de

Janeiro-Brasília: Cebela/Flacso/

Seppir-PR, 2012.

Exemplo disso se acha, entre

muitos outros, em ALVES,

Adjair, op. cit., e CAMARGOS,

Roberto. Rap e política: percepções

da vida social brasileira.

São Paulo: Boitempo, 2015.

Ver ROSE, Tricia, op. cit.

Ver, a propósito, o depoimento

pessoal de BERMAN,

Marshall. Nova Iorque chamando.

ArtCultura: Revista de

História, Cultura e Arte, v. 11,

n. 18, Uberlândia, jan.-jun. 2009.

Para a análise de outros fatores

que estiveram na raiz do

hip hop nos EUA, ver também

BARRETO, Silvia Gonçalves

Paes. Hip hop na Região Metropolitana

do Recife: identifi cação,

expressão cultural e visibilidade.

Dissertação (Mestrado em Sociologia)

Lourenço da Fonseca Barbosa,

ou simplesmente Capiba,

nasceu em Surubim, Pernambuco,

em 1904, e faleceu no

Recife em 1997. Foi compositor,

folclorista, arranjador, historiador

e cronista. Notabilizou-se,

acima de tudo, com a criação

de frevos para o carnaval pernambucano.

patrimônio cultural do estado.

Cf. SALDANHA, Leonardo

Vilaça. Frevendo no Recife: a

música popular urbana do Recife e

sua consolidação através do rádio.

Tese (Doutorado em Música)

Unicamp, Campinas, 2008.

Entrevista concedida por

Fábio de Morais Luna (DJ Spider),

op. cit.

Fábio de Morais Luna ou DJ

Spider é tido por muitos praticantes

do break no Recife como

o fundador do movimento na

capital pernambucana. Colecionou

diversos títulos nas disputas

de dançarinos ao longo da

sua carreira como breaker nos

anos 1980 e 1990. Atualmente

é funcionário do Banco Santander

e organizador de festivais

de break em todo o Brasil.

Em nossa pesquisa acerca do

MangueBit, que se estende de

até esta data, constatamos

que, mesmo que os artífices

não sejam oriundos da capital,

a cidade é vivenciada como

um palco de possibilidades de

alavancar suas carreiras artísticas,

como aconteceu com Chico

Science & Nação Zumbi (apenas

o guitarrista Lúcio Maia era

do Recife, enquanto, o restante

da banda era proveniente de

Olinda). Isso se verifi cou igualmente

com o Mundo Livre

S/A: a banda era integrada por

músicos de Jaboatão dos Guararapes.

Cf. NASCIMENTO,

Francisco Gerardo Cavalcante

do. MangueBit: diversidade na

indústria fonográfica brasileira

na década de 1990. Dissertação

(Mestrado em História)

Fortaleza, 2011.

Notadamente o LP Break time.

RGE, 1984.

Beat street: loucura do ritmo.

EUA, 1984. Dir.: Stan Lathan.

Orion. Break dance: breakin.

EUA, 1984. Dir.: Joel Silberg.

Cannon Group/Golan Globus.

Cf. ROSE, Tricia, op.cit., p.

-195.

Partido alto. Brasil, 1984. Rede

Globo de Televisão. Dir.: RobertoTalma,

Jayme Monjardim,

Carlos Magalhães, Luís Antônio

Piá e Helmar Sérgio. Disponivel

em

globo.com/programas/entretenimento/

novelas/partido-alto/

galeria-de-personagens.htm>.

Acesso em 27 set. 2017.

(Dona Yvone Lara e Jorge Aragão),

Sandra de Sá. LP Partido

alto

Foram elas Recife City Breakers,

Legião Hip Hop, The Dragons,

Banana Breakers, UBI,

Rádio Break CIA, Rock Master

Crew e Geração Camaragibe.

Na realidade, trata-se do

disco Soweto/Zulu

bomb, de Malcom McLarem,

gravado pela Southern African

Music em 1983.

v

Exemplo é o CD da banda

Mundo Livre S/A, Combat samba.

Deck Disc, 2008.

São elas:

uma questão de classe

Science), Chico Science &

Nação Zumbi. CD Da lama ao

caos, op. cit.,

overdrives

Chico Science & Nação Zumbi.,

idem, e

Chico Science & Nação Zumbi.

CD Afrociberdelia, op. cit.

Consideramos o termo adequado

à poética e ao tom crítico

injetado nas vozes da rap music.

Em linhas gerais, o historiador

Roberto Camargos sustenta

que o rap exprime, em larga

medida, a consciência crítica

da periferia para a periferia.

um brado antirracista, atento às

difi culdades enfrentadas pelos

negros brasileiros no dia a dia

(até porque seus autores também

as vivenciam).

Roberto Camargos de.

Periferia com o poder da palavra:

a poética dos rappers brasileiros.

Tese (Doutorado em História)

Idem, ibidem, p. 30.

BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas

III: Charles Baudelaire,

um lírico no auge do capitalismo:

São Paulo. Brasiliense,

, p. 35.

ZUMTHOR, Paul. Performance,

recepção e leitura. São Paulo:

Cosac Naify, 2014, p. 30.

OLIVEIRA, Roberto Camargos

de, op. cit., p. 31.

O Population Crisis Commitee,

sediado em Washington

(EUA), caracterizou Recife

como a quarta pior cidade do

mundo para se viver, levando

em conta, entre outros indicadores,

dados como o alto índice

de violência urbana per capita

(o maior do Brasil), altas taxas

de desemprego, insufi ciência

de saneamento básico e condições

precárias de moradia

para a maioria da população.

Cf. informação disponível

em

node/573872>. Acesso em 27

set. 2017.

A ideia de uma palavra escrita

ser transcendida pela

vocalidade se afina com as

proposições de Zumthor, para

quem a voz não é meramente

uma palavra escrita oralizada.

Ela põe em circulação uma

ação oral-auditiva num jogo

em que a sonoridade, o ritmo

e os elementos visuais convidam

o leitor (ou o ouvinte)

não somente para a leitura (ou

a audição), mas também para

interagir corporalmente com

a obra. Cf. ZUMTHOR, Paul.

A letra e a voz: a

São Paulo: Companhia

das Letras, 1993. Nessa linha de

preocupação, ver PARANHOS,

Adalberto. A música popular e

a dança dos sentidos: distintas

faces do mesmo. ArtCultura, n.

, Uberlândia, jul.-dez. 2004.

Neste artigo são analisados

registros fonográfi cos em que

a interpretação (quer vocal

ou instrumental) empresta

sentidos diferentes a canções,

que, de resto, são artefatos

culturais que não carregam

em si mesmos significados

unívocos, congelados no tempo

e no espaço.

Trecho inicial de

no mundo livre

Science, Dengue, Lucio Maia,

Gira, Jorge dü Peixe e Pupilo),

Chico Science & Nação Zumbi.

CD Afrociberdelia, op. cit.

Fonte: Arquivo pessoal do DJ

Elcy Oliveira.

Entrevista concedida por Fábio

de Morais Luna (DJSpider)

a este pesquisador, op. cit.

Magnani caracteriza o pedaço

como

entre o privado (a casa)

e o público, onde se desenvolve

uma sociabilidade básica, mais

ampla do que a fundada nos

laços familiares, porém mais

densa, significativa e estável

do que as relações formais e

individualizadas impostas pela

sociedade

Guilherme Cantor. Os circuitos

dos jovens urbanos. Tempo

Social: Revista de Sociologia

da USP, v. 17, n. 2, São Paulo,

, p. 178.

Idem.

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Publicado

2018-10-22

Como Citar

do Nascimento, F. G. C. (2018). O Recife de Chico Vulgo e Jorge dü Peixe nos passos do break. ArtCultura, 20(36). https://doi.org/10.14393/ArtC-V20n36-2018-1-04

Edição

Seção

Dossiê Fora do cânone: História & Música Popular