Da esperança equilibrista à sujeira para todo lado: um passeio por canções de engajamento político - MPB e BRock (1970-1987)
DOI:
https://doi.org/10.14393/ArtC-V19n35-2017-2-15Resumo
Este trabalho focaliza três canções política e socialmente engajadas do rock nacional dos anos 1980: "Que país é esse", da Legião Urbana, "Inútil", do Ultraje a Rigor, e "Selvagem", dos Paralamas do Sucesso. Num momento em que a censura não mais vivia seus dias de "áureos", elas trazem uma linguagem explícita e feroz - debochada, ainda, no caso da segunda - para denunciar os problemas enfrentados pelo Brasil, que se tornaram muito claros após o fim da ditadura civil-militar. Analisei ainda, como traço comparativo, três canções social e politicamente engajadas do período ditatorial em questão - "Que as crianças cantem livres", de Taiguara, "Apesar de você", de Chico Buarque, e "O bêbado e a equilibrista", de João Bosco e Aldir Blanc, na versão de Elis Regina. O principal foco do estudo comparativo entre as três últimas e as três primeiras é a ideia de horizonte de expectativa e espaço de experiência, sobretudo em relação à projeção de futuro dos dois grupos. A MPB acena com um futuro redentor de um presente corrompido, enquanto o rock já está "no futuro" e grita que ele não é nem de longe o que se prometeu.
Palavras-chave: Rock nacional; MPB; crítica.
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