De leões sem garras e homens eruditos: visões do masculino em Lésbia (1890), de Maria Benedita Câmara Bormann (Délia)

Autores

  • Evander Ruthieri da Silva

DOI:

https://doi.org/10.14393/ArtC-V19n34-2017-1-13

Resumo

O artigo se propõe analisar a construção das masculinidades no romance Lésbia (1890), de Délia, pseudônimo literário de Maria Benedita Câmara Bormann (1853-1895). A trama narra a formação e a trajetória ficcional de uma romancista brasileira, por meio da qual a autora delata os estigmas sociais que recaem sobre as mulheres, sobretudo das classes médias, que anseiam pela inserção em carreiras profissionais no fin-de-siècle brasileiro. A multiplicidade de perfis masculinos delineados na narrativa possibilita a reflexão a respeito do modo como Bormann problematiza a construção dos modelos predominantes de virilidade na passagem para o período republicano no Brasil oitocentista, bem como seus impactos sobre as hierarquias e contrastes de gênero. Por um lado, indica as apropriações críticas de elementos do naturalismo no escrutínio de perfis de masculinidade compreendidos pela romancista como vaidosos e mesquinhos, violentos e irresponsáveis; por outro, sugere a possibilidade de outras vivências do masculino, demarcados pela erudição e sensibilidade, capazes de cultivar relações menos verticalizadas com mulheres, baseadas na paixão e na valorização do intelecto.

Palavras-chave: História e Literatura; Maria Benedita Câmara Bormann; Lésbia.

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Biografia do Autor

Evander Ruthieri da Silva

Doutorando em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Bolsista da Capes. Professor substituto de História da Educação da UFPR.

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Publicado

2017-10-03

Como Citar

da Silva, E. R. (2017). De leões sem garras e homens eruditos: visões do masculino em Lésbia (1890), de Maria Benedita Câmara Bormann (Délia). ArtCultura, 19(34). https://doi.org/10.14393/ArtC-V19n34-2017-1-13

Edição

Seção

Artigos