A escrita de si stanislavskiana: quatro notas sobre Minha vida na arte

Autores

  • Henrique Buarque de Gusmão

DOI:

https://doi.org/10.14393/ArtC-V19n34-2017-1-08

Resumo

O livro Minha vida na arte, do diretor russo Constantin Stanislavski, é aqui analisado a partir da possível relação entre a “escrita de si” operacionalizada por seu autor e o “trabalho do ator sobre si mesmo” levado adiante pelo próprio Stanislavski em sua prática teatral. O artigo discute os dispositivos formais que tornam possível a construção de um personagem autobiográfico nessa narrativa (a noção idealista de arte, condições históricas específicas e, finalmente, a descrição do personagem), percebendo como, no desenvolvimento do enredo, ocorre uma fusão entre a voz do narrador e a voz do personagem. Tal fusão parece indicar uma das operações primordiais que os atores deveriam realizar para atingir a espontaneidade que o personagem busca ao longo de todo o livro em suas diversas experiências cênicas. Assim, recorrendo a ferramentas da crítica literária, da teoria da História e dos estudos teatrais, avança-se na hipótese de que o trabalho que Stanislavski propõe a seus atores passa, necessariamente, por um tipo de escrita que encontra no romance moderno a sua grande inspiração.

Palavras-chave: Constantin Stanislavski; teatro; autobiografia.

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Biografia do Autor

Henrique Buarque de Gusmão

Doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor do Instituto de História e do Programa de Pós-graduação em História Social da UFRJ. Coorganizador do livro As formas do romance: estudos sobre a historicidade da literatura. Rio de Janeiro: Ponteio, 2016.

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Publicado

2017-10-03

Como Citar

de Gusmão, H. B. (2017). A escrita de si stanislavskiana: quatro notas sobre Minha vida na arte. ArtCultura, 19(34). https://doi.org/10.14393/ArtC-V19n34-2017-1-08

Edição

Seção

Dossiê: História no teatro & teatro na História