O POVO FILHO DAS ÁGUAS
ENTRE NARRATIVAS VERBAIS E VISUAIS PATAXÓ
DOI:
https://doi.org/10.14393/TES-v4n1-2021-63541Palavras-chave:
Escritas indígenas. Memória cultural. Histórias de antigamente. Kanátyo Pataxó.Resumo
As literaturas produzidas por escritores indígenas têm disseminado as vozes de diferentes povos originários. Essas escritas abordam filosofias milenares e questionam o apagamento imposto pelo poder hegemônico. Nesse sentido, é fundamental utilizar a tecnologia da escrita alfabética com o objetivo de salvaguardar a memória oral e difundir esses conhecimentos para um público mais amplo. Dentre os autores que têm seguido esse caminho, cabe citar a produção de Kanátyo Pataxó (1997), intitulada Txopai e Itôhã, a qual narra como os indígenas de seu povo surgiram no planeta. Levando em consideração a importância deste livro, busca-se analisar essa história contemplando os elementos verbais e as ilustrações para evidenciar a perspectiva de mundo Pataxó intrinsecamente ligada à água. Para tanto, será necessário dialogar com a produção teórica indígena que discute importantes categorias críticas para tratar dessas narrativas, tais como escritas-resistência (Adriana Pesca, 2020), memória cultural (Kaká Jecupé, 2020) e histórias de antigamente (Edson Kaxinawá et. al, 1996). Dessa forma, a investigação destaca a importância de os indígenas estarem criando terminologias próprias para se referirem ao seu legado ancestral e contribui para expandir os estudos acerca das escritas Pataxó, as quais revelam que esse povo é filho das águas.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Maria Inês de. Desocidentada: experiência literária em terra indígena. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.
BRAZ, Txahá. O saber matemático nas vivências cotidianas da Aldeia Muã Mimatxi. Trabalho de Conclusão de Curso. Formação Intercultural para Educadores Indígenas, habilitação em Matemática, da Universidade Federal de Minas Gerais (FIEI/UFMG), 136 p. Disponível em: < https://www.biblio.fae.ufmg.br/monografias/2018/TCC_Thaxa-versao_final.pdf >. Acesso em: 6 out. 2021.
JECUPÉ, Kaká Werá. A terra dos mil povos: história indígena brasileira contada por um índio. Ilustrado por Taisa Borges, 2 ed. São Paulo: Peirópolis, 2020.
KAXINAWÁ, Edson; ASHANINKA, Isaac; APURINÃ, Geraldo; YAWANAWÁ, Fernando. A história indígena. In:_. IGLESIAS, Marcelo Piedrafita; OCHOA, Maria Luiza P. (Orgs.). História indígena. Comissão Pró-Índio do Acre, CPI/AC, 1996.
PATAXÓ, Kanátyo; Poniohom; Jassanã. Cada dia é uma história. Brasília: MEC, 2001.
PATAXÓ, Kanátyo. Intervenção oral na discussão: “O que se pode aprender com o passado?”. Mekukradjá, 2021. Itaú Cultural. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=2CRoOjOkZdg&t=5840s >. Acesso em: 2 out. 2021.
PATAXÓ, Kanátyo. Txopai e itôhã. Programa de Implantação das Escolas Indígenas em Minas Gerais (SEE/MG). Belo Horizonte, 1997.
Livro disponível em: < http://lemad.fflch.usp.br/sites/lemad.fflch.usp.br/files/lemad-dh-usp_txopai%20e%20it%C3%B4h%C3%A302.pdf >. Acesso em: 6 out. 2021.
PESCA, Adriana. Escritas-resistência: autoria indígena. Abatirá - Revista de Ciências Humanas e Linguagens, Universidade do Estado da Bahia - UNEB - Campus XVIII, V1, n. 2, 2020. p. 557- 573. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/abatira/article/view/9666 >. Acesso em: 05 out. 2021.
PONÇADA, Adriele. Moytãxóʼwãy apekôyʼtxê ug iõp koxuk txóp kioiã tsaẽhú upâ pataxi txó hãhãwré uraunaʼhá makiame: pinturas corporais e os grafismos dos objetos artesanais das aldeias do território Barra Velha. Trabalho de Conclusão de Curso. Formação Intercultural de Educadores Indígenas FIEI/FAE/UFMG, da Universidade Federal de Minas Gerais, 53 f. Disponível em: < https://www.biblio.fae.ufmg.br/monografias/2018/TCC_Adriele-versao_final.pdf >. Acesso em: 3 out. 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Randra Kevelyn Barbosa Barros
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.