Metamorfoses: deslocamento e pertencimento em “Tudo são histórias de amor”, de Dulce Maria Cardoso
DOI:
https://doi.org/10.14393/TES-v0n0-2021-61194Palavras-chave:
Dulce Maria Cardoso, Retornados, Deslocamento, Pertencimento, Pós-modernoResumo
Neste artigo, propõe-se uma leitura do conto “Tudo são histórias de amor”, da autora portuguesa Dulce Maria Cardoso, a partir de suas múltiplas camadas textuais, entendendo-as como partes do processo de (re)construção do sujeito que narra. A narradora, que se apresenta como Jinja, uma ex-cadela de rua, diz ter “entrado na cabeça” de Dulce quando esta escrevia um texto sobre Lisboa, o “Metamorfoses”. Jinja e Dulce, dividindo a voz, também se identificam à própria Dulce Maria Cardoso, que se insere no texto a partir de índices autobiográficos referentes à sua vivência do exílio, tendo sido “retornada”. A narradora, então, sendo aqui descrita como um sujeito fragmentado, deslocado e descentralizado (HUTCHEON, 1991; SAID, 2004; HALL, 2006), usa de diversas estratégias literárias para escrever sobre as “dimensões simultâneas” (SAID, 2003, p. 59) que experencia ao mesmo tempo em que passa a pertencer a Lisboa.
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