ACESSIBILIDADE GEOGRÁFICA À UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA: MUDANÇAS NA COVID-19 EM PERNAMBUCO, BRASIL, 2019 - 2021

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/Hygeia2070954

Palavras-chave:

Acesso aos serviços de saúde, Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, COVID-19, Equidade em saúde

Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar as mudanças na acessibilidade geográfica de crianças para as Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP), mediada pela Central de Regulação Hospitalar (CRH) do estado de Pernambuco, Brasil, no contexto da pandemia de COVID-19. Estudo transversal, com dados do Sistema de Regulação Hospitalar de Pernambuco. Incluiu crianças com indicação de internação na UTIP da rede pública (2019 a 2021). Coletados: número de internações, serviços de emergência (origem), hospitais onde as crianças acessaram a UTIP (destino), dados demográficos e desfechos clínicos na fila de espera. Realizado mapeamento e análise das distâncias percorridas entre urgências/emergências e UTIPs, feito teste Qui-quadrado Pearson para relação do número de internações com a macrorregião de origem e da distância com o ano de internação, significativo para p<0,05. Das 4775 solicitações, 3485 (72,9%) internaram na UTP, maioria na macrorregião Metropolitana. Houve redução significativa da distância percorrida em 2021 (5-20Km;46%) (p<0,001). Portanto, constatou-se um aumento da distribuição de urgências/emergências e UTIPs em todo o estado, com redução do deslocamento em 2021. Porém, os fluxos de acessibilidade para UTIP ainda continuaram concentradas na macrorregião Metropolitana, apontando desigualdade perene da acessibilidade geográfica de crianças críticas, apesar de mudanças positivas durante a pandemia COVID-19.

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Publicado

12-07-2024

Como Citar

BRITO, P. M.; RIBEIRO, K. S. Q. S.; PORTUGAL, J. L.; SARINHO, S. W. ACESSIBILIDADE GEOGRÁFICA À UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA: MUDANÇAS NA COVID-19 EM PERNAMBUCO, BRASIL, 2019 - 2021 . Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, Uberlândia, v. 20, p. e2060, 2024. DOI: 10.14393/Hygeia2070954. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/70954. Acesso em: 29 out. 2024.

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Artigos