GESTANTES COM COVID-19 E APLICAÇÃO DA ESTATÍSTICA DE VARREDURA ESPACIAL EM PERNAMBUCO

Autores

  • HINGRID WANDILLE BARROS DA SILVA SÁ Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal de Pernambuco https://orcid.org/0000-0001-6330-0754
  • MIRELLA BEZERRA RODRIGUES VILELA Departamento de Fonoaudiologia, Universidade Federal de Pernambuco https://orcid.org/0000-0001-5113-7144
  • CARLOS FABRÍCIO ASSUNÇÃO DA SILVA Universidade Federal de Pernambuco https://orcid.org/0000-0001-7009-8996
  • GABRIELLA MORAIS DUARTE MIRANDA Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal de Pernambuco https://orcid.org/0000-0001-9588-6817
  • AMANDA PRISCILA DE SANTANA CABRAL SILVA Centro Acadêmico de Vitória, Universidade Federal de Pernambuco https://orcid.org/0000-0003-2337-9925
  • CRISTINE VIEIRA DO BONFIM Pesquisadora - Fundação Joaquim Nabuco/MECDocente - Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva

DOI:

https://doi.org/10.14393/Hygeia2070572

Palavras-chave:

Análise espacial, COVID-19, Epidemiologia, Estudos ecológicos, Gestantes, Saúde Pública

Resumo

O objetivo do presente estudo consiste em analisar as características epidemiológicas e a distribuição espacial das gestantes com COVID-19 no estado de Pernambuco nos anos de 2020 e 2021. Trata-se de um estudo ecológico, cujas unidades de análise foram os municípios de Pernambuco. As fontes de dados foram o Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe e o e-SUS Notifica. Para identificação de clusters de municípios utilizou-se a estatística de varredura espacial. Foram registrados 4.121 casos de gestantes com COVID-19, dos quais 3.646 com manifestações clínicas leves e 475 graves. A idade média foi de 28 anos. Os sintomas mais comuns foram febre e tosse. Na análise de varredura espacial, observou-se a formação de quatro clusters: um formado pelo município de Caruaru, (risco relativo [RR]= 2,86); um em Tupanatinga (RR=2,55); um que concentrou 46 municípios (RR= 1,45); e um no Recife (RR= 1,43). Os resultados identificaram áreas prioritárias para ações programáticas e organização dos serviços de saúde materno e infantil.

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Biografia do Autor

HINGRID WANDILLE BARROS DA SILVA SÁ, Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal de Pernambuco

Possui graduação em Odontologia pela Faculdade de Odontologia de Pernambuco/ Universidade de Pernambuco (FOP-UPE) (2012), Residência em Odontologia em Saúde Coletiva (IMIP/SESAU)(2016). Residência Multiprofissional Integrada em Saúde da Família pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco (FCM-UPE) (2019). Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE-2023).

MIRELLA BEZERRA RODRIGUES VILELA, Departamento de Fonoaudiologia, Universidade Federal de Pernambuco

Fonoaudióloga pela Universidade Federal de Pernambuco, especialista em Gestão da Informação Aplicada à Epidemiologia pelo Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz, Mestre e Doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz. Atualmente é Professora Associada II do Departamento de Fonoaudiologia da UFPE e docente do programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família da UFPE. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Epidemiologia, atuando principalmente em Sistemas de Informação em Saúde, Geoprocessamento e Vigilância em saúde.

CARLOS FABRÍCIO ASSUNÇÃO DA SILVA, Universidade Federal de Pernambuco

Doutor em Engenharia Civil na área de Transporte e Gestão das Infraestruturas Urbana pela Universidade Federal de Pernambuco (2023). Mestre em Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação pela Universidade Federal de Pernambuco (2021). Engenheiro Cartógrafo pela Universidade Federal de Pernambuco (2018). Foi Professor Substituto no Departamento de Engenharia Cartográfica da UFPE, ministrando disciplinas de Topografia, Cartografia e Geoprocessamento nos cursos de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura, Engenharia Civil, Engenharia de Minas e Arquitetura e Urbanismo entre 2021 e 2022. Realizou estágio no setor de Divisão de Projetos de Segurança e Tecnologia - DPST, na Superintendência de Segurança Institucional da Universidade Federal de Pernambuco, confeccionando Mapas Isopléticos para a Segurança da UFPE. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geoprocessamento, Fotogrametria, Sistema de Informações Geográficas, Cartografia, Análise Espacial, Impactos socioambientais na Amazônia, Criminalidade e Sensoriamento Remoto.

GABRIELLA MORAIS DUARTE MIRANDA, Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal de Pernambuco

Possui graduação em Fonoaudiologia pela Universidade Federal de Pernambuco (2003), Mestrado em Saúde Pública pelo Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (2008) e doutorado em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (2015). Atualmente é Professora Adjunta do Área Acadêmica de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Pernambuco

AMANDA PRISCILA DE SANTANA CABRAL SILVA, Centro Acadêmico de Vitória, Universidade Federal de Pernambuco

Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco (2004). Especialista (2007), Mestre (2009) e Doutora (2016) em Saúde Coletiva pela Fiocruz/Pernambuco. Egressa do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (Episus/Ministério da Saúde (2009-2011)). Experiência como sanitarista entre 2007 e 2018, com atuação na Secretaria de Saúde de Olinda, Secretaria de Saúde do Recife, Secretaria Estadual de Saúde e Ministério da Saúde. Ênfase em epidemiologia, vigilância em saúde e análise espacial em saúde pública. Professora Adjunta do Centro Acadêmico de Vitória / Universidade Federal de Pernambuco. Docente do Programa de Pós Graduação Stricto Sensu do Departamento de Saúde Coletiva do Instituto Aggeu Magalhães / Fiocruz Pernambuco.

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Publicado

04-07-2024

Como Citar

SÁ, H. W. B. D. S.; VILELA, M. B. R.; SILVA, C. F. A. D.; MIRANDA, G. M. D.; SILVA, A. P. D. S. C.; BONFIM, C. V. D. GESTANTES COM COVID-19 E APLICAÇÃO DA ESTATÍSTICA DE VARREDURA ESPACIAL EM PERNAMBUCO. Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, Uberlândia, v. 20, p. e2055, 2024. DOI: 10.14393/Hygeia2070572. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/70572. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos