PROCEDIMENTOS PARA ESTIMATIVA DA VELOCIDADE DE DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS – UM ESTUDO DE CASO COM DADOS DA COVID-19 NO ESTADO DO PARANÁ
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia2069790Palavras-chave:
Epidemiologia, Surto, COVID-19Resumo
Caracterizar e quantificar a velocidade com a qual uma doença se espalha em uma região é fundamental para entender e comparar o processo de disseminação em diferentes localidades e intervalos de tempo. Durante a pandemia de COVID-19, pesquisadores do Brasil e do mundo engendraram esforços para entender e caracterizar a dinâmica de contaminação e espalhamento da doença. A presente pesquisa tem como objetivo analisar diferentes possibilidades de caracterização da velocidade de surgimento de novos casos e dispersão do COVID-19 no estado do Paraná. A pesquisa utilizou dados de 205328 casos (teste RT-PCR) de 396 municípios, relativos a 244 dias do período pandêmico para cálculo da média móvel, de seu valor comparado com o observado 14 dias antes (viés) e de outros cinco diferentes procedimentos de cálculo baseados na inclinação da reta que caracteriza a frequência acumulada de ocorrência de novos casos a cada mil habitantes (valor de beta, inclinação/tangente do período analisado, máximo valor de inclinação observado nos intervalos quintílico e quartílico e a soma dos valores de inclinação diários observados). A pesquisa identificou que no Paraná o município que apresentou maior velocidade de espalhamento do COVID-19 foi o de Itambé e que 37 localidades podem ser caracterizadas como com ocorrência de surto para o período analisado. Ainda, identificou que os valores de beta e inclinação/tangente do período analisado podem ser utilizados para caracterizar a velocidade de dispersão da doença em escala municipal, bem como que valores superiores à 0,15 e 0,3 podem ser utilizados como indicativos de surto para intervalos maiores de tempo e para a semana epidemiológica, respectivamente.
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