ESTUDO SOBRE A INFLUÊNCIA DE VARIÁVEIS METEREOLÓGICAS NOS CASOS DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS EM LAGES – SC
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia153146311Palavras-chave:
Animais peçonhentos, Temperatura, Precipitação.Resumo
A incidência de acidentes por animais peçonhentos se constitui como a segunda causa de notificação epidemiológica no Brasil. Em 2016, do total de casos notificados, 16% correspondem à região sul. Sendo assim, com o objetivo de analisar a possível relação entre os fatores meteorológicos e os casos de notificação de acidentes por animais peçonhentos no município de Lages-SC entre os anos de 2011 a 2017, buscou-se dados a respeito do número de notificações, além de informações sobre a precipitação e temperatura do ar para o período de interesse. As informações relativas aos casos de acidentes por animais peçonhentos foram obtidas pelos indicadores compulsórios do SINAN, enquanto que os dados meteorológicos foram fornecidos pela EPAGRI/CIRAM. O coeficiente de correlação de Pearson foi calculado utilizando-se o software Excel, em que se verificou que os acidentes por animais peçonhentos apresentaram correlação com a temperatura do ar para todos os anos de estudo, sendo o coeficiente mais alto obtido para o ano de 2013 (r = 0,75). Além disso, os casos possuem maiores frequências para janeiro, sente este o mês com temperatura média do ar mais elevada. Dessa forma, torna-se evidente que medidas de cunho preventivo necessitam ser tomadas para diminuir os registros de acidentes por animais peçonhentos, principalmente nos meses de temperaturas mais altas, em que a população possui maior risco de contato com os mesmos e, portanto, deve ser alertada para tomar maiores precauções neste período.
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