DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DAS RECLAMAÇÕES SOBRE MORCEGOS EFETUADAS AO CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES DE NITERÓI, RJ (2009-2013)

Autores

  • Flavio Fernando Batista Moutinho UFF (Docente) e Centro de Controle de Zoonoses de Niterói
  • Ricardo da Silva Gomes UFF (Discente)
  • Cathia Maria Barrientos Serra UFF (Docente)
  • Luiza Carneiro Mareti Valente UFF (Docente)
  • Fabio Villas Boas Borges Centro de Controle de Zoonoses de Niterói
  • Francisco de Faria Neto Centro de Controle de Zoonoses de Niterói

DOI:

https://doi.org/10.14393/Hygeia1233072

Palavras-chave:

quirópteros, animais sinantrópicos, área urbana

Resumo

Com a paulatina destruição dos ecossistemas naturais aumenta-se a presença de morcegos em áreas urbanas, podendo pôr em risco a saúde coletiva, especialmente com relação à ocorrência da raiva. Foi realizado um levantamento das reclamações da comunidade pelo Centro de Controle de Zoonoses do município de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil, acerca de problemas relacionados com morcegos, no período de 2009 a 2013. Foram regitradas 121 reclamações, com média anual de 24,2 casos e desvio padrão de 2,3. Houve predomínio de reclamações em fevereiro (12,4%) e o mês com menor quantidade de reclamações foi março (4,1%), não tendo sido caracterizado comportamento sazonal. Houve forte concentração e persistência das reclamações nas regiões das Praias da Baía, com 43% dos casos e Litoral, com 30,6%. A região com menor percentual de reclamações foi a Leste, com 1,6%. Houve correlação moderada entre o número de reclamações e a renda e o número de reclamações e o tamanho da população por bairro. A correlação entre o número de reclamações e a temperatura e o número de reclamações e a precipitação foi desprezível. Os dados obtidos reforçam a necessidade de monitoramento das populações de morcegos e de vigilância da circulação do vírus rábico. Além disso, esforços devem ser feitos para preservar e recuperar os ambientes naturais remanescentes nas áreas urbanas de Niterói, no sentido de manter em equilíbrio a fauna existente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANDRADE, T. Y. et al. Hierarchical fruit selection by Neotropical leaf-nosed bats (Chiroptera: Phyllostomidae). Journal of Mammalogy, v. 94, n. 5, p. 1094

BARBETTA, P. A. Estatística aplicada às Ciências Sociais. 8.ed. Florianópolis: UFSC, 2012.

BATISTA, H. B. C. R. et al. Canine rabies in Rio Grande do Sul caused by an insectivorous bat rabies virus variant. Acta Scientiae Veterinariae, v. 37, n. 4, p. 371-374, 2009.

BERNARDES , F. F. et al. Multiple lesions by vampire bat bites in a patient in Niterói, Brazil - Case report. Anais Brasileiro de Dermatologia, v. 89, n. 2, p. 340-343, 2014.

BIAVATTI, T. et al. Morcegos (Mammalia: Chiroptera) em refúgios diurnos artificiais na região Sudeste do Brasil. Mastozoología Neotropical, v. 22, n. 2, p.239-253, 2015.

BORDIGNON, M. O.; FRAN

BRASIL. Ministério da Saúde. Morcegos em áreas urbanas e rurais: manual de manejo e controle. Brasília, DF: Fundação Nacional de Saúde, 1988. 117 p.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Controle da raiva dos herbívoros: manual técnico. Brasília, DF: MAPA, 2009.124p

CABRAL, C. C. et al Circulation of the rabies virus in non-hematophagous bats in the City of Rio de Janeiro, Brazil, during 2001-2010. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 45, n. 2, p. 180-183, 2012.

CARVALHO, F. et al. Variação sazonal no número de capturas de Artibeus lituratus (Olfers, 1818) e Sturnira lilium (

CLIMATEMPO. Mínima, máxima e precipitação em Niterói. Disponível em: <http://www.climatempo.com.br/climatologia/313/niteroi>. Acesso: 10 jun 2014.

CORR

COSTA, L. M. et al. Dados de reprodução de Platyrrhinus lineatus em estudo de longo prazo no Estado do Rio de Janeiro (Mammalia, Chiroptera, Phyllostomidae). Iheringia, Série Zoologia. v. 97, n. 2, p. :152-156, 2007.

COSTA, L. M.; ESB

DONNELLY, R.; MARZLUFF, J. M. Relative importance of habitat quantity, structure, and spatial pattern to birds in urbanizing environments. Urban Ecosystems, v. 9, p. 99

ESB

ESB

FLEMING , T. H. et al. Three Central American communities: structure, reproductive cycles and movements patterns. Ecology, v. 53, no. 4, p. 555-569, 1972.

FREITAS, G. P. et al. Estudo populacional e reprodutivo de uma colônia de Molossus molossus na Ilha de Itacuruça, Rio de Janeiro. Chiroptera Neotropical, v. 17, n. 1, Suplemento, p. 95-98, 2011.

FREITAS, C. M.; PORTO, M. F. Saúde, meio ambiente e sustentabilidade. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2006. 124 p.

GALLO, P. H.; REIS, N. R. Aspectos reprodutivos de morcegos capturados em mata nativa e reflorestamento no norte do estado do Paraná, Brasil. Chiroptera Neotropical, v. 16, n. 1, Suplemento, p. 16-18, 2010.

GODOY, M. S. M. et al. Reproductive biology of the bat Sturnira lilium (Chiroptera, Phyllostomidae) in the Atlantic Forest of Rio de Janeiro, southeastern Brazil. Brazilian Journal of Biology, v. 74, n. 4, p. 913-922, 2014.

GOMES, M. N.; UIEDA, W. Abrigos diurnos, composição de colônias, dimorfismo sexual e reprodução do morcego hematófago Desmodus rotundus (E. Geoffroy) (Chiroptera, Phyllostomidae) no Estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia , v. 21, n. 3, p. 629

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo 2010. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/>. Acesso: 15 jan 2016.

KOTAIT, I. et al. Reservatórios silvestres do vírus da raiva: um desafio para a saúde pública. BEPA, v. 4, n. 40, 2007. Disponível em: <http://www.cve.saude.sp.gov.br/agencia/bepa40_raiva.htm>. Acesso 10 jan 2016.

LAW, B. S.; LEAN, M. Common blossom bats (Syconycteris australis) as pollinators in fragmented Australian tropical rainforest, Biological Conservation, v. 91, n. 2-3, p. 201-212, 1999.

LOVISI, T. P. et al. Caracterização da ocupação dos bairros de Niterói a partir de mapeamento de uso e cobertura da terra e análise de dados censitários. In: XVII SIMP

MARICATO, E. Urbanismo na periferia do mundo globalizado, São Paulo em Perspectiva, v. 14, n. 4, p. 21-33, 2000.

MARTINS, V. B. et al. Avaliação do Diagnóstico Laboratorial do Programa de Controle da Raiva Urbana no Rio de Janeiro, Brasil entre 2002-2011. Vigilância sanitária em debate, v. 3, n. 3, p. 56-63, 2015.

MELLO, M. A. R. et al. Diet and abundance of the bat Sturnira lilium (Chiroptera) in a brazilian montane Atlantic Forest. Journal of Mammalogy, v. 89, n. 2, p. 485-492, 2008.

MELLO, M. A. R. Temporal variation in the organization of a Neotropical assemblage of leaf-nosed bats (Chiroptera: Phyllostomidae). Acta Oecologica, New York, v. 35, n. 2, p. 280-286, 2009.

MENEZES JR., L.F. et al. Deslocamento de Artibeus lituratus (Olfers, 1818) (Mammalia, Chiroptera) entre ilha e continente no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, Biota Neotropical, v. 8, n. 2, 2008.

MORAES, J. E. C. et al. Raiva felina no município de Jaguariúna, Estado de São Paulo, em 2010. BEPA, v. 8, n. 96, p. 4-10, 2011.

MORATELLI, R.; PERACCHI, A. L. Morcegos (Mammalia, Chiroptera) do Parque Nacional da Serra dos

MOUTINHO, F. F. B. et al. Reclamações da comunidade à Seção de Controle de População Animal do Centro de Controle de Zoonoses de Niterói, Rj, Brasil, no período 2006-2010. Revista Brasileira de Ciência Veterinária, v. 20, n. 1, p. 26-31, 2013.

MOUTINHO, F. F. B. et al. Raiva em morcego não hematófago em área urbana do Município de Niterói

MOUTINHO, F. F. B. et al. Raiva no Estado do Rio de Janeiro, Brasil: análise das ações de vigilância e controle no âmbito municipal. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, n. 2, p.577-586, 2015b.

NITER

NITER

NOGUEIRA, M. R. et al. Checklist of Brazilian bats, with comments on original records. Journal of species lists and distribution - Check List, v. 10, n. 4, p.808

O

ORT

PACHECO, S. M. et al. Morcegos Urbanos: Status do Conhecimento e Plano de Ação para a Conservação no Brasil. Chiroptera Neotropical, v. 16, n. 1, p. 629-647, 2010.

PEDRO, W. A. Fragmentação de habitats e a diversidade de morcegos no sudeste brasileiro, com ênfase para o Estado de São Paulo. Chiroptera Neotropical, v. 17, n. 1, Suplemento, p. 19-20, 2011.

PNUD- PROGRAMA DAS NA

RANUCCI, L. et al. Percepção dos alunos do ensino médio de um colégio do município de Japurá, Paraná, sobre os morcegos e sua relação com o meio-ambiente. Chiroptera Neotropical, v. 17, n. 1, Suplemento, p. 172-176, 2011.

REIS, N. R. et al. Morcegos do Brasil. Londrina: N. R. Reis , 2007, 253p.

RIBEIRO, S. et al. Vigilância ambiental e sanitária de quirópteros no Município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, Chiroptera Neotropical, v.16, n. 1, Supl., p. 47-48, 2010.

SALDA

SANT'ANNA, C. et al. Período reprodutivo de três espécies de morcegos frugívoros no sudeste do Brasil. Chiroptera Neotropical, v. 16, n. 1, Suplemento, p. 62-64, 2010.

SODR

SODR

TCE - TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Estudos socioeconômicos dos municípios do Estado do Rio de Janeiro 2013: Niterói. Rio de Janeiro: TCE/SGP, 2013.

TEMBY, I. D. Urban wildlife issues in Australia. In: Shaw et al. . Proceedings 4th international symposium on urban wildlife conservation, p. 26-34. Arizona, 2004. Disponível em: <http://extension.arizona.edu/sites/extension.arizona.edu/files/pubs/snr07041d.pdf>. Acesso: 14 jan 2016.

UIEDA, W. et al. Raiva em morcegos insetívoros (Molossidae) do Sudeste do Brasil. Revista de Saúde Pública, v. 29, n. 5, p. 292-297, 1995.

VONHOF M. J.; R. M. R. BARCLAY. Roost-site selection and roosting ecology of forest-dwelling bats in southern British Columbia. Canadian Journal of Zoology, v. 74, p. 1797-1805, 1996.

WADA , M. Y. et al. Situação da Raiva no Brasil, 2000 a 2009. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 20, n. 4, p. 509-518, 2011.

Downloads

Publicado

12-06-2016

Como Citar

MOUTINHO, F. F. B.; GOMES, R. da S.; SERRA, C. M. B.; VALENTE, L. C. M.; BORGES, F. V. B.; FARIA NETO, F. de. DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DAS RECLAMAÇÕES SOBRE MORCEGOS EFETUADAS AO CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES DE NITERÓI, RJ (2009-2013). Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, Uberlândia, v. 12, n. 22, p. 155–168, 2016. DOI: 10.14393/Hygeia1233072. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/33072. Acesso em: 5 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos