FATORES AMBIENTAIS ENVOLVIDOS NA EPIDEMIOLOGIA DA FEBRE MACULOSA NO ESTADO DE SÃO PAULO
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia920927Palavras-chave:
Febre Maculosa Brasileira, Uso e Cobertura do Solo, Pluviometria, Temperatura.Resumo
O objetivo deste estudo foi caracterizar a distribuição espaço-temporal da (Febre Maculosa Brasileira) FMB, uma doença reemergente no Estado de São Paulo, entre os anos de 1998 e 2010 correlacionando-os com dados de precipitação, temperatura e uso e cobertura do solo. Utilizou-se a base de dados do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Instituto Florestal e Centro Integrado de Informações Agrometereológicas. As análises de distribuição espacial foram realizadas através do programa Terraview 4.2. Entre 1998 e 2010, foram notificados 391 casos de FMB no Estado de São Paulo. O índice de Moran Global mostrou correlação espacial positiva significativa (r=0,223362; p=0,01), sendo as áreas prioritárias de ocorrência de FMB as Regiões de Campinas, Piracicaba e Ubatuba. Os resultados dos coeficientes de correlação indicaram maiores índices de incidência de FMB nas regiões mais densamente ocupada do Estado de São Paulo e desses municípios aqueles com menores áreas de remanescente florestal, maior porcentagem da população residente em área rural e maior área plantada, com o maior potencial para ocorrência de FMB. A associação entre variáveis climáticas e FMB foi pouco evidente, significativo apenas para a Piracicaba. Dentre os múltiplos fatores envolvidos na epidemiologia da FMB, os fatores ecológicos e climáticos exercem influência sobre o ciclo de vida dos vetores, hospedeiros e reservatórios, o que pode estar influenciar a distribuição espaço-temporal dessa doença.Downloads
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