CORPO, DISCURSO E REPRESENTAÇÃO: UMA ANÁLISE IMAGÉTICA DO HOMOSSEXUAL NA REVISTA VEJA

Autores

  • ISLEY Borges da SILVA JUNIOR FACULDADE DE EDUCA
  • Maria Aparecida Resende Ottoni INSTITUTO DE LETRAS E LINGUÍSTICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERL

Palavras-chave:

homossexual, discurso, imagem, Veja

Resumo

Neste artigo, apresentamos um recorte de uma pesquisa que tem como objetivo investigar como o homossexual é representado e identificado discursivamente e como ele se representa e se identifica em três edições da revista Veja: 1636, 1838 e 2164, dos anos 2000, 2003 e 2010, respectivamente. Para isso, nosso aporte teórico são os construtos da Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2001, 2003; CHOULIARAKI & FAIRCLOUGH, 1999) e alguns estudos sobre identidade de gênero e homossexualidade (LACAN, 1999; FREUD, 1972; FOUCAULT, 1990; BUTLER, 2003; BOURDIEU, 1999; SUPLICY, 1983). A metodologia de pesquisa é baseada nos pressupostos da pesquisa qualitativa (BAUER & GASKELL, 2002) e da Análise de Discurso Crítica - enquanto teoria e método - (CHOULIARAKI & FAIRCLOUGH, 1999). Neste recorte, focalizamos a análise imagética das três reportagens. Os resultados mostram que as imagens desempenham papel importante na construção de sentidos e que estabelecem uma relação de interação com o discurso verbal. A imagem do arco-íris, considerado símbolo do ativismo gay e presente nas três reportagens, contribui para salientar a temática dos textos e produzir uma representação atrelada ao ativismo e à identificação de um grupo fortalecido, o que é também marcado pelo título da reportagem 2 "A força do arco-íris, pelas imagens das várias paradas do orgulho gay que aconteceram pelo mundo e de várias pessoas famosas, que assumiram a sua orientação homossexual. Todas as fotos que compõem as reportagens retratam homossexuais com um sorriso no rosto em relação de harmonia com os outros e com eles mesmos. Isso tudo atua na representação de uma sociedade não preconceituosa, que trata o homossexual com respeito e igualdade, denominada na reportagem 3 de "geração tolerância". Entretanto, é preciso questionar essa representação tendo em vista dados relativos ao número de assassinatos por homofobia computado ainda hoje em nossa sociedade. Isso é uma mostra de que o preconceito ainda existe e se faz muito presente no cotidiano de muitos jovens homossexuais. Assim sendo, será que o "arco-íris" está mesmo forte e que há mesmo uma nova geração?

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

ISLEY Borges da SILVA JUNIOR, FACULDADE DE EDUCA

Graduando em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo na Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal de Uberlândia.

Maria Aparecida Resende Ottoni, INSTITUTO DE LETRAS E LINGUÍSTICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERL

Doutora em Linguística pela Universidade de Brasília. Professora Adjunta do Instituto de Letras e Linguística, da Universidade Federal de Uberlândia.

Downloads

Publicado

2013-06-03

Edição

Seção

Lingüística e Letras