CONDIÇÕES DE DESIGUALDADES E VULNERABILIDADES SOCIOESPACIAIS EM CIDADES DA AMAZÔNIA PARAENSE: ELEMENTOS PROMOVEDORES DA EXPANSÃO E DISPERSÃO DA COVID-19?
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia0054603Palavras-chave:
Covid-19, Amazônia, Cidades, desigualdades e vulnerabilidadesResumo
O objetivo do artigo é identificar e analisar as condições de desigualdades e vulnerabilidades socioespaciais das populações urbanas e populações tradicionais da Amazônia paraense, e como essas condições podem ser um elemento de dispersão e avanço espacial da Covid-19. O estudo se pautou a partir de pesquisa documental (de relatórios, atlas e sites institucionais de Organização Não-Governamental, Fundação e institutos de pesquisa estaduais e nacionais) acerca de desigualdades e vulnerabilidades e da Covid-19, porém também calcada em experiências, pesquisas e observações prévias da Amazônia paraense. Evidencia-se que as condições das populações urbanas são precárias em termos de saneamento básico, sistema adequado de esgoto, renda domiciliar baixa ou inexistente (mesmo contando com a renda emergencial), domicílios sem banheiro; tudo isso, associado com grandes aglomerações. Já populações tradicionais (sobretudo, indígenas, quilombolas, agroextrativistas e ribeirinhos) estão mais vulneráveis, devido a distâncias físicas, diferenciações na escala regional em termos de hospitais, leitos de UTI e dinâmicas sociais, econômicas e culturais específicas. As condições de desigualdades socioespaciais e vulnerabilidades constituem um dos principais elementos que contribuem para a dispersão e dificuldade do controle da Covid-19 em cidades amazônicas paraenses, bem como em espaços urbano-rurais onde residem populações tradicionais, com elevados níveis de vulnerabilidades.