As dificuldades do corpo negro brasileiro ser “vítima”
uma análise da engenharia do terror racial pela lente teórica de(s)colonial e da vitimologia crítica
DOI:
https://doi.org/10.14393/RFADIR-51.1.2023.68324.603-627Palavras-chave:
Criminologia Crítica, Corpo Negro, Descolonialidade, Engenharia do Terror Racial, Vitimologia CríticaResumo
A violência apenas sensibiliza quando causa comoção social ou quando a mídia promove essa sensibilização, caso contrário, a dor de determinados grupos, em especial, do corpo negro brasileiro, não causa nenhum impacto social. Nos estudos críticos da vitimologia, é apresentado quais os requisitos que o sujeito precisa ostentar para ser considerado vítima. Quando esse estudo é confrontado principalmente com o contexto histórico vivido no Brasil durante o período da escravidão, onde corpos negros foram tratados como objeto e animalizados, mesmo passados mais de 130 anos desde a abolição da escravidão (1888), a dor negra não sensibiliza a sociedade. Diante de tais premissas, questiona-se: qual(is) a(s) dificuldade(s) do corpo negro ser considerado vítima no Brasil? A resposta a esse problema de pesquisa, se dará pelo método dedutivo, partindo-se de premissas pré-estabelecidas, buscando verificar suas conexões, como por exemplo, analisando o conceito de vítima para a vitimologia em especial dando ênfase no que se refere ao corpo negro enquanto vítima. Utilizando-se da técnica de pesquisa bibliográfica, será analisada a teoria da vítima ideal em confronto com a perspectiva de(s)colonial e vitimologia crítica. Essa pesquisa tem como objetivo geral analisar as dificuldades de o corpo negro ser considerado vítima no Brasil e como objetivos específicos, descrever o conceito de vítima ideal e analisar essa relação com o viés de(s)colonial. Tem-se como resultados, que mesmo após a abolição da escravidão no Brasil, a dor negra não sensibiliza socialmente, isso se dá pelo fato de que os corpos racializados ainda sofrem com os reflexos da objetificação até os dias atuais, dificultando que sejam considerados vítimas, seja socialmente como também pelo sistema de justiça criminal.
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