HIV/AIDS, Estigma e Saúde

o Combate à Discriminação no Julgamento da ADI N° 5543

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/RFADIR-v49n1a2021-59721

Palavras-chave:

Síndrome da imunodeficiência adquirida, Vírus imunodeficiência humana, Doadores de sangue, Epidemia, Estigma social

Resumo

Apesar de o HIV/AIDS ser descrito como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, desde a sua identificação, revelouse também como uma doença social dada a sua relação com grupos historicamente reprimidos, como os homossexuais masculinos, e todo o estigma construído em torno da doença. Diante disso, diversas práticas eminentemente excludentes foram estabelecidas, como a adoção de leis e medidas de restrição, sob o argumento de “proteger a sociedade”. Dentre elas cita-se a política de vedação à doação de sangue por homens que fazem sexo com homens e suas parceiras, pelo prazo de um ano, estabelecida pela portaria 158/2016, artigo 64, inciso IV. Este artigo tratase de uma revisão de literatura cujo objetivo é analisar o conteúdo da decisão da ADI 5543 que julgou inconstitucional o referido artigo, a partir de perspectivas da doutrina e da literatura sobre a epidemia, principalmente no que tange ao combate à discriminação contra pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA). Concluiu-se, diante disso, que o
julgamento da ADI representa um progresso no combate à discriminação contra pessoas homossexuais e as PVHA, uma vez que tal restrição desautoriza a realização das doações de sangue, prejudicando tanto aqueles que se sentem discriminados como também os pacientes que necessitam de tais doações. Ademais, tal exclusão demonstrou-se incompatível com o panorama constitucional estabelecido após a Cons t i tui ção de 1988, razão pe l o qual f o i de c larada sua inconstitucionalidade.

Biografia do Autor

  • Bruna Dias, Universidade Estadual de Montes Claros

    Graduanda em Direito pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES; integrante do Grupo de Pesquisa “Educação, Trabalho e Saúde”; Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG, no projeto de Iniciação Científica ‘HIV/AIDS sob a perspectiva do Direito: aprendizados e desafios’.

  • Anne Clementino, Universidade Estadual de Montes Claros

    Graduanda em Direito pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES; integrante do Grupo de Pesquisa “Educação, Trabalho e Saúde”; Iniciação Cientítica Voluntária no projeto ‘HIV/AIDS sob a perspectiva do Direito: aprendizados e desafios’.

  • Marília Borborema, Universidade Estadual de Montes Claros

    Doutora e Mestre em Demografia pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional CEDEPLAR da UFMG; especialização lato sensu e graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes. É professora na graduação desde 2003, vinculada, atualmente, ao Curso e Departamento de Economia da Unimontes. É líder do Grupo de Pesquisa Educação, Trabalho e Saúde e integrante do Grupo Saúde e Políticas Públicas e do Grupo Estado, Direito e Sociedade, todos inseridos no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq.

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Publicado

2021-09-07

Como Citar

HIV/AIDS, Estigma e Saúde: o Combate à Discriminação no Julgamento da ADI N° 5543. (2021). Revista Da Faculdade De Direito Da Universidade Federal De Uberlândia, 49(1), 161-190. https://doi.org/10.14393/RFADIR-v49n1a2021-59721