A Privatização da Pena Privativa de Liberdade "em Extinção"

Provocações Críticas em Meio ao Debate sobre a Perda de Legitimidade do Poder Punitivo e a Expansão do Direito Penal

Autores

  • Douglas de Assis Bastos Universidade Federal de Alagoas - UFAL
  • George Sarmento Universidade Federal de Alagoas - UFAL

DOI:

https://doi.org/10.14393/RFADIR-v45n2a2017-39695

Palavras-chave:

(i) Legitimidade do Poder de Punir, Expansão do Direito Penal, Privatização de Presídios

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo estabelecer uma premissa básica e anterior a qualquer discussão sobre constitucionalidade e riscos político-criminais da privatização dos presídios, qual seja, a pena privativa de liberdade (alvo da privatização) ainda subsistirá em meio aos discursos criminológicos contemporâneos que questionam a sua legitimidade? Neste sentido, o estudo propõe uma reflexão crítica acerca da (ir) racionalidade do poder punitivo estatal que, embora tenha sido corretamente apontado como seletivo, estigmatizante e disfuncional pelos abolicionistas e minimalistas radicais, tem se expandido cada vez mais nas sociedades pós-industriais como o "legítimo" protetor de direitos fundamentais. No desenvolvimento, transcorreu-se pelo nascedouro da prisão, desde as workhouses -antes mesmo de ser utilizada como sanção penal-, passando pela sua introdução no sistema legal dos Estados Modernos e a busca pela sua humanização na perspectiva liberal de Beccaria. Foi necessário também contrapor as teorias legitimadoras - teorias absolutas (Kant e Hegel) e teorias relativas da prevenção geral (Feuerbach e Jakobs) e especial (Ferrajoli e Roxin) com as teorias deslegitimadoras (a exemplo de Hulsman, Baratta, Zaffaroni e Foucault). Para, finalmente, se constatar, através da metodologia de pesquisa bibliográfica, dogmática e criminológica, que o fenômeno da expansão do direito penal trabalhado através da obra de Silva Sánches repercute não só no âmbito do legislativo e do judiciário, mas também nas políticas penitenciárias, abrindo terrenos férteis para a gestão prisional privada.

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Biografia do Autor

Douglas de Assis Bastos, Universidade Federal de Alagoas - UFAL

Pesquisador-Bolsista CAPES em Nível de Mestrado em Direito Público na Universidade Federal de Alagoas, vinculado ao Grupo de Pesquisa Laboratório de Direitos Humanos, no Diretório do CNPq. Especialista em Ciências Criminais pela UNISUL-SC em parceria com o Instituto Pan-americano de Política Criminal e em Direito Constitucional pela UNESA-RJ. Professor colaborador de Direito Penal e Processo Penal em Cursos de pós Graduação.

George Sarmento, Universidade Federal de Alagoas - UFAL

Possui graduação em Direito pela Universidade Federal de Alagoas (1982), mestrado e doutorado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (1998 e 2002). Pós-doutorado pela Université DAix-Marseille (França - 2015).

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Publicado

2018-07-02

Como Citar

Bastos, D. de A., & Sarmento, G. (2018). A Privatização da Pena Privativa de Liberdade "em Extinção": Provocações Críticas em Meio ao Debate sobre a Perda de Legitimidade do Poder Punitivo e a Expansão do Direito Penal. Revista Da Faculdade De Direito Da Universidade Federal De Uberlândia, 45(2). https://doi.org/10.14393/RFADIR-v45n2a2017-39695