O IMPACTO DAS TEMPERATURAS EXTREMAS NA MORTALIDADE POR INFARTO NO MIOCÁRDIO NO MUNICIPIO DE SÃO PAULO.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/Hygeia73369

Palavras-chave:

Clima e saúde, Temperatura, Mortalidade

Resumo

O Infarto Agudo no Miocardio (IAM) é uma doença cardiovascular que acomete o coração altamente letal, sendo a maior causa de mortalidade no Brasil e no mundo. O IAM é uma doença crónica multicausal, onde hábitos não saudaveis do individuo está relacionado a elevada incidencia dos casos. Outros fatores que contribuem para o aumento dos casos de IAM são os de cunho ambiental como a temperatura e   a poluição. Analisar a associação entre a mortalidade do Infarto no Miocardio (IAM) com valores extremos de temperatura, a partir do uso de modelos lineares generalizados (GLM). Foram utilizados dados de mortalidade por IAM coletados através do Programa Municipal de Informação sobre Mortalidade (PRO-AIM) que monitora diariamente registros de mortalidade de diversos casos no município de São Paulo. Foram utilizados os dados diários de mortalidade do capitulo IX – Doenças do Aparelho Circulatório classificados pelo Código Internacional de Doenças (CID-10) e dentro desse capitulo selecionamos o conjunto (I-20 a I-25) que corresponde as doenças ligadas ao (IAM) no período de 1999 a 2014. Os dados meteorológicos foram adquiridos na estação meteorológica do Instituto de Astronomia e Geofísica (IAG) da Universidade de São Paulo (USP). Para analisar a associação da mortalidade com as temperaturas foi utilizado um modelo linear generalizado empregando-se o método de quasi-Poisson e os modelos de lags distribuídos. Como resultado encontramos risco relativo alto (RR=1,20; IC: 1,04 – 1,49) para o frio, onde o risco aumentado esteve presente nos 21 dias de defasagem apos exposição, já para o calor, o risco foi registrado para temperaturas acima de 33ºC para os primeiros días de exposição a temperatura. Tendo em vista que o atendimento de urgência para os casos de IAM pode evitar óbitos, a melhor compreensão da importância do clima pode permitir o desenvolvimento de sistemas de alertas junto aos serviços de atendimento de urgência e o direcionamento de campanhas para a prevenção dos fatores de risco evitáveis.

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Biografia do Autor

Priscilla Venâncio Ikefuti , Universidade Estadual do Maranhão

Graduação em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP (2009), mestrado (2012), doutorado (2016) em Geografia (Geografia Física) e pós doutorado (2021) em Epidemiologia pela Universidade de São Paulo- USP. Atualmente é Professora Adjunta da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).

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Publicado

14-05-2024

Como Citar

IKEFUTI , P. V. O IMPACTO DAS TEMPERATURAS EXTREMAS NA MORTALIDADE POR INFARTO NO MIOCÁRDIO NO MUNICIPIO DE SÃO PAULO. Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, Uberlândia, p. e73369, 2024. DOI: 10.14393/Hygeia73369. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/73369. Acesso em: 22 jul. 2024.